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 IGREJA BATISTA EMANUEL DE CARUARÚ
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A Saga do Povo Hebreu


 
Introdução 

      A historia bíblica narra relações do homem com Deus, é um estudo da religião e da revelação de Deus aos homens, com um só propósito a saber: a redenção humana. Trata especialmente da história de Israel, a nação eleita que Deus elegeu dentre todos os povos da terra para uma missão específica: difundir entre as nações a Bíblia (Rm. 3.1,2), e dar ao mundo o Salvador (Jo. 4.22).

      A história profana é a ciência que estuda o passado da humanidade e o seu relacionamento com o presente projetando para o futuro, procurando interpretar cientificamente os acontecimentos que contribuíram para o aperfeiçoamento das condições materiais, intelectuais e morais em que atualmente vive o homem. Respinga detalhadamente os fatos sociais da humanidade, as lutas políticas, o desenvolvimentos econômicos e seus progressos.

      O estudo da história teve um novo impulso com Jean-François Champollion, famoso arqueólogo francês. Champollion decifrou a pedra  Roseta e descobriu as regras Gramaticais das línguas egípcias. Erudito em hebraico, copta e árabe e interpretou os achados arqueológicos escritos em hieroglífico; e com isso descortinou-se o véu dos mistérios da história.

      A fonte da história é a própria Bíblia. Os historiadores sempre se referem ou buscam na Bíblia os dados históricos, principalmente quando se trata das primitivas civilizações. Na História bíblica citamos sempre o historiador judeu, Flávio Josefo, o mais respeitado, mas com certa reserva.

      A história do povo judeu, começou em meados do segundo milênio a.C., com o Patriarca Abraão, seu filho Isaque e seu neto Jacó.

      Abraão respondendo a um chamado de Deus, surgiu de um passado obscuro na Mesopotâmia e viajou para a terra de Canaã. Mas ele trouxe mais do que a sua maleta. Com ele estavam rebanhos, cabeças de gado, servos, pastores, sua família e as tendas nas quais todos se abrigavam.

 Deus prometeu a Abraão que ele teria muitos descendentes  e também que eles nem sempre seriam nômades. A terra de Canaã se tornaria o território pátrio deles, e que gostariam muito dela.

Finalmente enrolariam suas tendas, construiriam suas casas e se estabeleceriam como uma nação. 
 
 
 1. OS PATRIARCAS

 

1. Aspectos da história patriarcal: Ao começar a história de Abraão, o escritor inspirado deixa para trás a história primitiva da raça em geral para relatar a de uma família. Reúne as lembranças que se conservam dos grandes antepassados de Israel: Abraão, Isaque, Jacó e José. Todos eles se destacam como homens que ouvem a voz de Deus e a ela obedecem. Todos os seus momentos estão assinalados pela intervenção divina. O grande propósito de Deus ao escolher essas pessoas é formar um povo que realize  a sua vontade na terra e seja um meio de cumprir o plano da salvação.

      O período patriarcal começa por volta do ano 2.000 a.C. e dura mais ou menos três séculos. 

 

2. Abraão: Tinha 75 anos (Gn. 12.4) quando entrou em Canaã. Contava uns 80, quando livrou Ló e encontrou-se com Melquizedeque. Tinha 86 quando Ismael nasceu, 99 quando Sodoma foi destruída. Contava 100 anos ao lhe nascer Isaque, e 137 quando Sara morreu. Tinha 160 anos quando Jacó nasceu, e morreu aos 175 anos, 115 anos antes de Jacó migrar para o Egito. 

 

      2.1 O desenvolvimento da idolatria: Abraão não era idólatra, mas vivia rodeado  de idolatria. No princípio, o homem tivera UM SÓ DEUS; e, no Jardim do Éden, vivera em íntima comunhão com ele. Todavia, com o pecado e o banimento, o homem perdeu seu primitivo conhecimento de Deus; e, tateando nas trevas em busca de uma solução para os mistérios da existência, chegou a ponto de adorar as forças da natureza que lhe pareciam ser as fontes da vida. O sexo, porque era o meio pelo qual a vida se manifestava, desempenhou importante papel na religião babilônica primitiva. Inscrições cuneiformes tem revelado que grande parte da liturgia deles era descritiva de relações sexuais entre deuses e deusas, mediante as quais, criam eles, todas as coisas vieram a existir. Daí também o sol e a chuva e várias forças das naturezas  serem deificados, porquanto deles dependia a vida do mundo. Também os reis, visto que eram poderosos, chegaram a ser deificados. Muitas cidades e nações tinham seu fundador como seu deus principal: como Assur, pai dos assírios, tornou-se o deus principal destes; e Marduque (Ninrode), fundador da cidade de Babilônia, tornou-se o deus principal desta. Para que os deuses parecessem ser mais reais, faziam imagens que os representavam; e depois as próprias imagens vieram a ser adoradas como deuses. Deste modo o homem precipitou-se do monoteísmo original no abismo de inumeráveis culto idólatras politeísticos, alguns dos quais, na prática, eram indescritivelmente vis  e abomináveis. 

     

2.2  A idolatria do tempo de Abraão: Ur ficava na terra de Babilônia; e os babilônios possuíam muitos deuses e deusas. Adoravam o fogo, o sol, a lua, e as estrelas e várias forças da natureza. Ninrode, que se levantara contra Deus, construindo a torre de Babel; depois disso foi sempre reconhecido como a principal deidade babilônica. Marduque era a forma comum do seu nome; mais tarde tornou-se idêntico a bel. Chamás era o nome do deus-sol. Sin; o deus-lua era a principal deidade de Ur; tinha muitos nomes e era adorada em cada cidade como a deusa-mãe. Nina era um dos nomes, do qual surgiu  o nome da cidade de Nínive. Seu apelativo mais comum na Babilônia era Istar. Foi a deificação da paixão sexual, seu culto exigia licenciosidade; a sagrada prostituição, que se praticava nos seus santuários, era costume geral entre as mulheres de Babilônia. Nos seus templos havia câmaras e lugares retirados, atraentes, onde as sacerdotisas mantinham cerimônias ignominiosas com os adoradores. Além  dessas sacerdotisas prostitutas, toda moça, esposa ou viúva, pelo menos uma vez na vida tinha de se oficiar nestes ritos. 

 

      2.3 Abraão cria em só Deus: Seus patrícios eram idólatras. Seu pai o era também. (Js. 24.2). Existem lendas que dizem haver sido Abraão perseguido quando criança, por se recusar a adorar ídolos. Como Abraão chegou a conhecer a Deus? Sem dúvida por uma revelação direta do Senhor. Além disto, aceitando os números como se acham em Gn. 5 e 11, a vida de Noé estendeu-se até ao nascimento de Abraão; e a vida de Noé

 

 

coincidiu por 500 anos com de Metusalém, enquanto a de Metusalém coincidiu por 243 anos com a de Adão. Assim, Abraão podia ter recebido diretamente de Sem a narrativa do dilúvio, feita por Noé, e a de Adão do Jardim do Éden feito por Metusalém. 

   

   2.4  A entrada de Abraão em Canaã: Harã, cerca de 965 km ao noroeste de Ur, 643 km ao nordeste de Canaã, foi o primeiro lugar em que Abraão parou. Saíra de Ur à procura de uma terra onde pudesse edificar uma nação livre da idolatria, e saíra sem saber para onde ia (Hb. 11.8). Mas Harã já era uma região bem povoada, com estradas para Babilônia, Assíria, Síria, Ásia Menor e Egito, por onde marchavam constantemente caravanas e exércitos. Assim, depois de morto seu pai Terá, Abraão, ao chamado de Deus passou adiante a procurar uma terra menos povoada. Siquém, foi o primeiro lugar de Canaã onde parou, no centro exato da região, ficava num vale de extrema beleza entre os montes Ebal e Gerezim. Lá construiu um altar a Deus, mas logo prosseguiu viagem para o sul, continuando na exploração da terra. Betel, 32 km ao sul de Siquém, 16 ao norte de Jerusalém, foi seu próximo lugar de parada. Situava-se num dos mais elevados pontos de Canaã, de onde se descortinava magnífico panorama em todas as direções. Abraão seguia na direção dos cumes da cordilheira provavelmente porque o Vale do Jordão, ao ocidente e a planície marítima costeira, ao oriente, já estavam suficientemente povoadas. Em Betel também levantou um altar, como mais tarde faria em Hebrom e como fizera em Siquém, não só em reconhecimento a Deus, mais igualmente como declaração pública de sua fé perante o povo, no meio do qual viera habitar. Ele deve ter gostado de Betel, pois foi lá que ficou ao voltar do Egito, até sua separação de Ló.  

      

 

2.5  A Estada de Abraão no Egito: Viajando de Betel para o sul, deve ter passado perto de Jerusalém. Devido à fome, Abraão prosseguiu na direção sul, atingindo o Egito, onde permaneceria até que a fome terminasse. Quase que se meteu numa complicação, Sara sua esposa era linda; os governantes poderosos tinham o costume de confiscar para si as mulheres bonitas, matando seus esposos. Sua astúcia, orientada pela prudência, de chamar Sara sua irmã, não foi propriamente uma mentira, pois ela era meio irmã sua (Gn. 20.12). Casamentos entre parentes próximos eram comuns em tempos remotos. 

      

2.6  Abraão e Ló separam-se: Ló era sobrinho de Abraão. Tinham estado juntos desde que saíram de Ur, fazia anos. Mas agora seus rebanhos, suas manadas e suas tendas tinham-se estendido tanto, começando os pastores a contender tanto por causa dos pastos, que lhes pareceu  melhor  separarem-se. Abraão com magnanimidade permitiu que Ló escolhesse o lugar que quisesse em toda terra. Ló insensatamente escolheu a planície de Sodoma. Então Abraão escolheu Hebrom, que daí por diante foi lugar de sua residência permanente. 

      

2.7  Abraão derrota reis babilônios: Fez isto para livrar Ló. Abraão devia ter alguma coisa de gênio militar. Com 318 homens seus e algum auxílio de vizinhos confederados, atacou de surpresa à meia-noite e desbaratou esses quatro famosos reis babilônicos, sendo o principal deles Hamurabi, mencionado em Gn. 14.1 como Anrafel. Nota-se nisso a mão de Deus operando na vida de Abraão, a tal ponto que até na arte militar o patriarca aqui se destacou. Depois se encontra  com Melquizedeque. Rei-sacerdote de Salém (Jerusalém). Uma tradição hebraica diz que, ele era Sem, sobrevivente do dilúvio ainda vivo, o homem mais velho da época, sacerdote, na era patriarcal, de toda a raça humana. Tese rabínica difícil de aceitar. Mas seja como for, seja Sem ou um personagem desconhecido, o que interessa aqui é desde muito cedo, logo após o dilúvio, Deus escolhera Jerusalém para servir de cenário à redenção humana. Fosse quem fosse, Melquizedeque serviu para tipificar o sacerdócio eterno de Cristo, conforme Deus prometeu no Salmo 110: “Tu és sacerdote, segundo a ordem de Melquizedeque, ver o cumprimento em Hb. 5. 6,7. 

    

 2.8  Deus renova suas promessas a Abraão: Fê-lo com a explicação de que antes de sua descendência herdar Canaã, teria de passar 400 anos num país estrangeiro (Gn. 15.13), significando o Egito. Depois, tendo Abraão 100 anos e Sara 90, Isaque foi prometido o concerto da circuncisão foi instruído como sinal da nação escolhida por Deus. 

     

 2.8.1  Sodoma e Gomorra: Essas fossas de iniqüidade ficavam só a poucos km de Hebrom, residência de Abraão, e de Jerusalém, residência de Melquizedeque; eram porém, tão vis, que seu cheiro nauseabundo chegou ao céu. Fazia só 400 anos que o dilúvio ocorrera, quase estando ainda na memória do povo que então vivia. Todavia, este já havia esquecido a lição daquela destruição cataclísmica da raça.

 

Deus fez chover fogo e enxofre sobre essas duas cidades para reavivar a memória dos homens, e advertir sobre a sua ira reservada para a perversidade deles; e talvez para servir de sinal de condenação final da terra num holocausto de fogo (II Pedro 2.5, 6; 3. 7,10).

 

      Jesus assemelhou o tempo de sua volta aos dias de Sodoma (Lc. 17.26-32), como também aos dias do dilúvio. Foram dois períodos de indescritível maldade. Hoje, numa escala nunca antes conhecida na história, de ganância, brutalidade, bestialidade, instinto criminoso dos próprios demônios que imperam nos lugares eminentes da terra, não é preciso muito esforço de imaginação para se ver o fim para onde nós vamos precipitando apesar de tudo o que homens bons e estadistas possam fazer para evitar esse desfecho. A não ser que advenha um movimento mundial de arrependimento, o dia da condenação não esta longe. 

     

 2.8.2  A localização de Sodoma e Gomorra. Na extremidade norte ao sul do Mar Morto. Sodoma (Usdom) é o nome do monte no ângulo sudoeste. Houve uma tradição antiga, persistente, de que notáveis alterações topográficas ocorreram à volta da extremidade sul do Mar Morto, quando Sodoma e Gomorra foram destruídas. Escritores antigos geralmente pensavam que os locais das duas cidades ficaram sepultados debaixo das águas do Mar Morto. 

      

2.8.3  O Mar Morto. O Mar Morto tem uns 64 quilômetros de extensão por 16 de largura. A extremidade norte é muito profunda, em alguns lugares 300 metros. A terça parte do sul não vai além de 5 metros de profundidade, e na maioria dos lugares tem menos de 3 metros. O nível de suas águas é  mais elevado hoje do que ao tempo de Abraão, por causa do sedimento despejado nele pelo Jordão e outros cursos d’água, que não tem saída. O que hoje é a terça parte sul do Mar Morto, antigamente era uma planície. 

      

2.9  Sara e Abimeleque: Embora fosse Hebrom seu principal lugar de residência, de tempos em tempos Abraão mudava-se, para  aqui e ali, à procura de pasto para  os seus rebanhos e manadas. Em Gerar, cidade filistéia, uns 64 km, ao oeste de Hebrom, perto da costa marítima, teve outra experiência, igual àquela que tivera com Faraó (Gn. 12.10-12). Sara deve ter sido extremamente bela, para atrair desse modo a atenção de reis, especialmente se considerarmos sua idade. Isaque e Rebeca tiveram experiências com um outro Abimeleque, na mesma cidade (ver Gn. 26).

      

      

2.10  O nascimento de Isaque: Ismael, por esse tempo, tinha uns quinze anos (Gn. 21.5-8 cf. 16.16). Paulo usou a história destes dois meninos, como alegoria dos dois concertos mosaico e cristão (Gl. 4.21-31); apesar dele mesmo reconhecer a sua historicidade, serviu também como alegoria. 

     

 2.11  Abraão oferece Isaque em sacrifício : Deus ordenou-lhe isso para então não deixar que o fizesse. . Foi uma prova de sua fé, prometera Deus que Isaque seria pai de nações (Gn. 17.16). Não obstante, ordena agora que Isaque fosse morto antes de ter filhos. De um modo Abraão creu que Deus o restituiria à vida (Hb. 11.19). Não sabemos de que maneira Deus fez chegar a Abraão a sua ordem. Mas que era a voz Divina, Abraão não duvidou, porque decerto não se teria disposto a executar uma tarefa tão cruel e revoltante sem estar absolutamente seguro de que Deus lhe tinha ordenado, direta e definitivamente.

      

O sacrifício de Isaque foi uma figura profética da morte de Cristo, um Pai a oferecer o Filho. O Filho morto por três dias (na mente de Abraão, 22.4). Uma substituição, um verdadeiro sacrifício. E foi no Monte Moriá, o mesmíssimo local onde, 2000 anos mais tarde, o próprio Filho de Deus foi oferecido. De modo que foi uma sombra, na hora do nascimento da nação judaica, do grande evento em prol de cuja realização foi suscitada. 

     

 2.12  A morte de Sara: A cova de Macpela, onde Sara foi sepultada, fica na encosta ocidental de Hebrom, numa mesquita, sob a vigilância de maometanos, que vedam a entrada aos cristãos. Em 1862 o príncipe de Gales entrou ali com permissão especial do sultão. Viu túmulos de pedra, de Abraão, Isaque, Jacó, Sara, Rebeca e Lia; e uma abertura circular para uma caverna em baixo, que se supunha ser a verdadeira cova de Macpela, e onde se dizia ninguém haver entrado durante 600 anos. 

      

2.13  A morte de Abraão: Sara morreu aos 127 anos, quando Abraão tinha 137. Depois disso ele ainda viveu 38 anos, e desposou Quetura (Gn. 25.1-8). Esta lhe deu seis filhos, de quem procederam os midianitas e outros povos vizinhos. Foi com uma midianita que Moisés se casou, 500 anos depois (Ex. 2.16-21). De um modo geral, Abraão foi “maior, mais puro e mais venerável dos patriarcas, reverenciados por judeus, maometanos e cristãos. Amigo de Deus. Pai dos fiéis. Generoso, altruísta. Caráter magnífico, com ilimitada confiança em Deus. 

 

3. As gerações de Ismael:  Ismael foi filho de Abraão e Agar, serva egípcia de Sara (Gn. 16). Os ismaelitas fixaram-se na Arábia e se tornaram geralmente conhecidos como árabes. Assim, Abraão se tornou pai do atual mundo árabe. A rivalidade entre Isaque e Ismael perdurou através dos séculos até hoje, no antagonismo existentes entre judeus e árabes. A Arábia é uma grande península, 2.413 km de extensão por 1.287 de largura, cerca de 250 vezes o tamanho da Palestina. É a maior parte deserta, com oásis esparsos, espaçadamente habitadas por tribos nômades já foi, mais do que hoje, regada de chuvas e mais densamente povoada. Variações climáticas fizeram diminuir as chuvas, secando os cursos d’água. 

 

4. As gerações de Isaque. Esaú, primogênito era o herdeiro natural de Isaque bem como das promessas feitas à Abraão. Deus, porém conhecendo a qualidade dos dois homens antes que nascessem, escolheu Jacó para ser transmissor da preciosa herança, como deu a entender à mãe dele. Esta fez saber isto a Jacó, desde a sua meninice, e assim se explica o procedimento de Jacó para com Esaú.

     

 Da linhagem da promessa, todos os filhos de Abraão foram eliminados, salvo Isaque, dos sete deste, foi excluído Esaú, sendo Jacó o único escolhido. Com Jacó cessou o processo de eliminação, todos os descendentes dele seriam incluídos na Nação Eleita. 

 

5. A estada de Isaque entre os filisteus . Não se diz muito da vida de Isaque, além do incidente com Abimeleque e Rebeca, e da contenda a respeito dos poços, herdou de seu pai os imensos rebanhos e manadas; prosperou e enriqueceu, homem pacífico sua vida foi sem novidades. Nascera quando Abraão tinha 100 anos e Sara 90. Com 37 anos morreu-lhe a mãe. Com 40 casou-se. Tinha 60 ao nascer Jacó, 75 quando Abraão morreu, 167 quando José foi vendido. Morreu aos 180 anos;  ano em que José se tornou governador do Egito.

 

Abraão viveu 175 anos, Isaque 180, Jacó 147. José 110. (importante) Mandados, preceitos e estatutos” de Deus. Parece ser isto evidência bíblica de que os começos da palavra de Deus escritos já existiam nos dias de Abraão. 

     

5.1 – Jacó obtém bênção de seu pai. Já havia comprado de Esaú seu irmão o direito de primogenitura; era necessário agora fazer que seu pai tornasse válida a transferência. E conseguiu isto enganando. Na avaliação das qualidades morais do ato de Jacó, certos fatos precisam ser considerados.

 

1 – A mãe o incentivou,

2 – Ele desejou ardentemente o direito de primogenitura, o que em si era louvável, embora usasse de meios duvidosos para alcançá-lo; porquanto tal direito significava o canal da maravilhosa promessa da bênção de Deus para o mundo inteiro.

3 – Provavelmente ele não podia obtê-la de outro modo.

4 – Esaú não lhe dava apreço.

5 – Jacó pagou caro a sua fraude.

6 – O próprio Deus lançando os fundamentos de gigantescos planos mundiais (Rm. 9.10-13). Fez sua escolha antes que os meninos nascessem (Gn. 25.23).

     

 As predições de Isaque (Gn. 27.40) Deus deve ter posto essas palavras na boca de Isaque, visto como se realizaram de maneira admirável os descendentes de Jacó realmente alcançaram posição avantajada entre as nações; e no tempo próprio produziram Cristo, mediante quem estão avançado na direção de um domínio universal. Os descendentes de Esaú, os edomitas, estiveram submetidos a Israel; depois sacudiram o jugo, e desapareceram da história.   

 

6. A visão de Jacó em Betel. A transferência do direito de primogenitura de Esaú para Jacó, foi ratificada por Isaque. É agora confirmada do céu, o próprio Deus assegura a Jacó que daqui por diante ele será o veículo reconhecido das promessas. A escada (Gn. 28.10-22) indicava que as promessas de algum modo culminariam em alguma coisa que ligaria o céu a terra. Jesus declarou-se a escada (Jo. 1.51). 

      

6. 1 – A estada de Jacó em Harã. Harã ficava há uns 640 km ao nordeste de Canaã. Foi onde se criou sua mãe, Rebeca e donde seu avô Abraão migrava anos antes. Labão era tio de Jacó, este lá esteve durante 20 anos. Foram tempos de lutas e sofrimentos, foi-lhe impingida por meio de logro uma esposa que ele não queria, assim como, por meio de logro, conseguira a bênção do pai começava a colher exatamente o que semeara. Sua safra foi abundante (Gl. 6.7). 

      

6.2 – A família de Jacó. Teve duas esposas e duas concubinas; as quais, com exceção de uma não quis, sendo obrigado a aceitá-la sob circunstâncias infelizes. Delas nasceram-lhes doze filhos.

  • De Lia ou Leia – Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e  Diná.
  • De Raquel – José e Benjamim.
  • De Zilpa, serva de Lia – Gade e Aser.
  • De Bila, serva de Raquel – Dã e Naftali.

      Esta família polígama, com muitos fatos vergonhosos contra si, foi aceita por Deus como um todo, para dar inicio às doze tribos, que se tornariam a nação messiânica, escolhida por Deus para trazer ao mundo o Salvador. Isto mostra:

 

1 – Que Deus usa os seres humanos assim como são, para servirem aos seus propósitos, e , por assim dizer, faz o melhor que pode com o seu material com que tem de operar.

 

2 – Não indicação de que todos quantos Deus usa serão salvos eternamente. Alguém pode ser útil aos planos divinos, neste mundo, e todavia não ter qualificações para o mundo eterno, no dia em que Deus julgar os segredos dos homens para lhes determinar o destino de maneira final (Rm. 2.12-16).

 

3 – Temos nisso um testemunho da veracidade dos escritores da Bíblia nenhum outro livro no mundo narra fraqueza dos seus heróis com tanta sinceridade, e fatos que são contrários aos ideais que deseja promover. 

     

 6. 3 – O  Regresso de Jacó a Canaã. Havia deixado Canaã 20 anos antes, sozinho e de mão vazias. Agora volta como príncipe tribal, rico em rebanhos, manadas e servos. Deus cumpria a promessa que lhe fizera (Gn. 28.15). Sua separação de Labão (Gn. 31.49) deu origem a linda bênção de Mispa, hoje tão largamente usada: “Vigie o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos separados um do outro”. Quando partira de Canaã, anjos desejaram-lhe feliz viagem (Gn. 28.12). Agora que está de regresso, anjos lhes dão boas vindas (Gn. 32.1). Isaque ainda vivia. Abraão era morto, fazia uns 100 anos. Entrava Jacó agora na herança da terra prometida de Canaã. Até aqui Deus estivera com ele através de toda a sua vida agitada. Sentia agora que, mais do que nunca, precisava de Deus (Gn. 32.24-30). Esaú jurara mata-lo (Gn. 27.41), Jacó ainda temia. Encontraram e separaram-se em paz. 

     

 

6.4 – Diná e vigiada por Simeão e Levi. Siquém foi o primeiro lugar de parada de Jacó em Canaã, ao regressar. Aí comprou um pedaço de terra e nele edificou um altar a Deus, como se planejasse morar naquele lugar, pelo menos temporariamente. Mas o ato sangrento de Simeão e Levi fizeram-nos odiados dos vizinhos. E logo saiu para Betel (Gn. 34.1-31). 

      

6.5 – Deus renova o concerto em Betel. Betel foi um lugar onde, 20 anos antes, em sua fuga de Canaã, Jacó vira a escada do céu, e Deus o fizera herdeiro das promessas feitas a Abraão. Agora Deus torna a garantir-lhe que aquelas promessas serão cumpridas. Jacó então passa a Hebrom, residência de Abraão e Isaque (Gn. 35.1-15). 

 

7. As gerações de Esaú (Gn. 36). Esaú, em seu caráter pessoal, era “Profano”, irreligioso, desprezou o seu direito de primogenitura. Jacó comparado com Esaú, estava mais capacitado para ser o pai da nação messiânica de Deus. Os Idumeus, e a Edom. Os amalequitas (v.12) eram ramos dos descendentes de Esaú. Tribos nômades, centralizadas principalmente em volta de Cades, na parte setentrional da península do Sinai, mas vagueava em largos círculos, até Judá e muito para oeste. Foram os primeiros que hostilizaram Israel quando este deixou o Egito, e foram seus opressores ao tempo dos Juízes. 

      

 

7.1 – As gerações de Jacó (Gn. 37.2; 50.26). A história de José e da migração de Israel do Egito: Foi incorporado sem dúvida, com registros de famílias, que os israelitas receberam de Abraão e conservaram religiosamente através dos anos de sua permanência no Egito.

 

 

8. José é vendido para o Egito. A túnica de várias cores era um distintivo de favoritismo a indicar possivelmente a intenção de Jacó de fazer herdeiro do direito de primogenitura.Rúbem, primogênito de Jacó, foi o herdeiro natural do direito de primogenitura, mas não foi conhecido como tal devido as suas relações ilícitas com uma concubina de seu pai (Gn. 35.22; I Cr. 5.1,2). Simeão e Levi, segundo e terceiro na linha da sucessão (Gn. 29.31,35), foram desconsiderados por causa do crime de violência em Siquém (Gn. 34.25-30; 49.5-7). Judá, o quarto, era o próximo na linha sucessória; e é provável que se esperava que geralmente, nos círculos da família, que o direito lhe coubesse.

      Contudo, José apesar de ser o 11º filho, era o primogênito de Raquel a esposa que Jacó mais amava. E José era o seu filho favorito (Gn. 37.3). Por isso a “túnica” tornou-se suspeita. Os sonhos de José alusivos à sua superioridade de (37. 5-10), vieram  agravar a situação.

      Assim, parece que Judá e José se tornaram rivais para obter direito de primogenitura. Isto pode explicar o papel saliente de Judá na venda de José como escravo (37.26,27). A rivalidade entre Judá e José passou à descendência deles. As tribos de Judá e Efraim (filho de José) disputaram continuamente a supremacia. Judá assumiu a direção sob Davi e Salomão. Depois, sob a liderança de Efraim, dez tribos se separaram. 

      

 

 

8.1 – Os filhos de Judá. Este capítulo foi incluído provavelmente porque Judá era antepassado do Messias: concordava isto com os fins propostos pelo Antigo Testamento, de preservar os registros de família através da linha de sucessão, ainda que contivessem alguma coisa não muito louvável. 

      

 

8.2 – José é preso. José era de caráter impoluto, de boa aparência, fora do comum, com uma inclinação excepcional para a liderança, dotado da habilidade de tirar o melhor partido de toda situação desagradável. Nascera em Harã, 75 anos depois da morte de Abraão, 30 anos antes da morte de Isaque, quando seu pai tinha uns 90 anos, e 8 anos antes de voltarem a Canaã. Aos 17 anos foi vendido ao Egito. Passou 13 anos na casa de Potifar e na prisão. Aos 30 anos tornou-se governador do Egito. Morreu aos 110 anos (Gn.  39.1-23; 40.23). 

      

 

 8.3 – José é feito governador do Egito . José desposou uma filha do sacerdote de Om; e, apesar de ter uma esposa pagã, de governar um país pagão e de residir num centro de vil idolatria, manteve a fé, no Deus que desde a infância recebera, de seus pais, Abraão, Isaque, e Jacó (Gn. 41.1-57). 

 

      8.4 – José dar-se a conhecer. Esta história tem sido chamado a mais bela de toda a literatura. O incidente mais tocante é quando Judá, que, anos antes, tomara a iniciativa de vender José como escravo (Gn. 37.26), oferece-se como refém de Benjamim (Gn. 44.18-34). 

 

      8.5 – A bênção e a profecia de Jacó. Parece que Jacó repartiu o direito de primogenitura, designando Judá como canal da promessa messiânica, (Gn. 49.10), e todavia concedendo o prestígio nacional a Efraim, filho de José (Gn. 48.19-22; 49.22-26; I Cr. 5.1,2).

      A profecia acerca das doze tribos, em grau muito impressionante, corresponde com a história subseqüente das tribos.  A tribo de Judá produziu Davi, e a família de Davi produziu Cristo. 

 

      8.6 – A  morte de Jacó e José. O corpo de Jacó foi levado de volta a Hebrom para ser sepultado (49.28-33). E José, moribundo, fez seus irmãos jurar que, voltando Israel a Canaã, levariam consigo seus ossos. Não foi esquecida a crença de que Canaã seria a pátria deles; e 430 anos mais tarde, partindo para Canaã, levaram consigo os seus ossos. (Êx. 13.19). 



2. O ÊXODO E AS CONQUISTAS DE JOSUÉ 

      Com Êxodo o começa a história do próprio Moisés. Sua vida e sua obra são assunto de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio: ele mesmo escreveu estes livros. A história constitui cerca de um sétimo da Bíblia toda, e ocupa quase dois terços do tamanho do Novo Testamento. 

Israel no Egito 

 

      Entre o Gênesis e o Êxodo há um intervalo de quase 300 anos da morte de José ao nascimento de Moisés, ou um total de 430 anos de migração de Jacó para o Egito, até o Êxodo (Êx. 12.40,41). Nesse intervalo os israelitas aumentaram excessivamente (Êx. 1.7). Morrendo José, uma mudança na dinastia levou-os à condição de escravos, sendo o trabalho deles de muito proveito para os Faraós. Ao tempo do Êxodo havia 600 mil homens maiores de 20 anos, além das mulheres e crianças (Nm. 1.46), o que daria um total de aproximado de 3 milhões.

Para 70 pessoas alcançarem esse total em 430 anos, necessário se tornaria que o número duplicasse cada 25 anos mais ou menos, o que seria fácil. 

 

      Os registros das famílias de Abraão, Isaque e Jacó, sem dúvida, foram levados para o Egito, e aí vieram integrar os anais nacionais de Israel: através dos longos anos de escravidão nesse país foi constantemente acariciada a promessa de que Canaã seria um dia a pátria deles. 

 

A Religião do Egito 

 

Sir Flinders Petrie, famoso arqueólogo egípcio, diz que a religião do Egito foi monoteísta. Contudo, antes do alvorecer do período histórico, uma religião desenvolveu-se, na qual cada tribo tinha seu próprio deus, representado por um animal. 

Ptá (Apis), foi divindade de Mênfis, representada por um touro.

Amon, deu de Tebas, era representado por um carneiro.

Hator, deusa da alegria, era representada por uma vaca.

Mut, esposa de Amom por um abutre.

Horus, deus do céu, por um falcão. Ra, deus sol, por um gavião.

Set, deus da fronteira oriental por um crocodilo.

Osíris, deus dos mortos, por um bode.

Isis, sua esposa por uma vaca

Tote, deus da inteligência por um macaco.

A deusa Hequite, por uma rã.

Necheb, deusa do sul por uma serpente.

Deusa bast por um gato.

      Havia muitos outros deuses. Os próprios Faraós eram endeusados. O Nilo era tido como um rio sagrado. 

Moisés 

      Os críticos de Moisés vêm e vão, porém ele permanece sobranceiro, como o homem de maior relevância no mundo pré-cristão. Assim foi que ele tomou uma raça de escravos, e sob circunstâncias inconcebíveis adversas, moldou-a numa poderosa nação que alterou todo o curso da história.

      Era levita (Ex. 2.1-10). A irmã que arquitetou o plano do seu livramento foi Miriã (2.4-8). Seu pai chamava-se Anrão, sua mãe Joquebede (6.20). E que mãe! Gravou nele tão perfeitamente, em sua meninice, as tradições aquelas primeiras impressões. Recebeu ele a mais fina educação que o Egito podia proporcionar (At. 7.22), mas que não pode virar-se a cabeça, nem fazê-lo perder a fé simples recebida na infância. Moisés e Paulo foram dois exemplos de como Deus usa, em sua obra, os talentos humanos mais requintados. 

Seus 40 anos no Palácio 

      Geralmente se pensa que a “filha do Faraó”, que adotou Moisés, foi a famosa rainha HATCHEPSUTE, isso podia fazê-lo um herdeiro possível do trono, conquanto tivesse ele renunciado a educação que sua mãe lhe dera poderia tornar-se rei do mais orgulhoso reino da terra (Hb. 11.24). Seus colegas e companheiros de brincadeiras eram príncipes do palácio.

      Pensa-se que, homem feito, foi designado para exercer elevada função, civil ou militar, no governo do Egito. Diz Josefo que ele comandou um exército do sul. Deve ter conquistado autoridade e reputação consideráveis, de outro modo só dificilmente poderia assumir a tarefa de livrar Israel, o que ele tinha em mente fazer, segundo Atos 7.25, quando interveio naquela contenda (Êx. 2.13-15). Mas, embora cônscio de sua autoridade e confiando em si, falhou, porque o povo não estava ainda pronto para submeter-se à sua liderança. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seus 40 anos no deserto 

 

      Na providência divina isso fez parte do adestramento de Moisés. A solidão e rusticidade do deserto desenvolveram nele uma austeridade que só dificilmente poderia alcançar na vida fácil do palácio. Familiarizou-se também com a região por onde teria que conduzir Israel durante outros 40 anos.

      Midiã (2.15) O centro do território midianista, onde Moisés permaneceu, ficava na costa oriental do Golfo de Acaba, embora perambulassem por longe ao norte e oeste. Nos dias de Moisés, os midianitas dominavam as ricas terras de pasto ao redor do Sinai. Sem dúvida os 40 anos de sua vida pastoril levaram-no a percorrer toda aquela região.

      Desposou uma midianita, chamada Zípora (2.21) filha de Jetro, também chamado Reuel (2.18, 3.1). Jetro, sendo sacerdote de Midiã, deve ter sido governador. Os midianitas descendiam de Abraão, da parte de Quetura, (Gn. 25.2), e deviam possuir tradições acerca de Abraão. Moisés teve dois filhos, Gérson e Eliézer (Ex. 18.3,4). Segundo algumas tradições, Moisés teria escrito o livro de Jó durante estes 40 anos em Midiã. 

Quem foi o faraó do Êxodo? 

      Há duas opiniões principais. Amenotepe II, 1450-1420 a.C. ou Merneptá, 1238-1229.a.C.

      Se o êxodo ocorreu sob Amenotepe II, então Totmés III foi o grande opressor de Israel, cuja irmã criou Moisés. Essa irmã seria a famosa Rainha Hatchepsute: Como se ajustam maravilhosamente os fatos do seu reinado com a história da Bíblia! Ela se interessou pelas minas do Sinai e restaurou o templo em Sarabite, obras que Moisés pode ter superintendido, tendo assim oportunidade de se familiarizar com a região do Sinai. E há mais: Quando Moisés nasceu, Totmés III seria criança, e Hatchepsute, regente; morrendo ela, recrudesceu a opressão contra Israel; deu-se a fuga de Moisés no Egito.

      Se o êxodo ocorreu sob Merneptá, então Ramsés II foi o grande opressor de Israel, cuja filha criou Moisés.

      Assim, Moisés foi criado sob o governo de Totmés III, ou Ramsés II, figurando ambos entre os mais famosos reis do Egito.

      E Moisés levou Israel para fora do Egito, ou sob Amenotepe II, ou sob Merneptá.

      Fossem quem fosse esses Faraós, as Múmias de todos os quatros foram encontradas.  Assim podemos ver hoje o próprio rosto do Faraó dos dias de Moisés, com quem este teve trato íntimo.  

 

A Partida dos Israelitas 

 

      Foi necessária a terrível praga da morte dos primogênitos para que Amenotepe II, o Faraó do êxodo, voltasse à razão e permitisse que os israelitas se retirassem. Os egípcios receberam justa retribuição por haverem matado milhares de meninos do povo hebreu, por haverem oprimido cruelmente os escravos israelitas e pela obstinação cega de seu rei. Faraó estava agora quebrado. Permitiu que os israelitas saíssem sem impor-lhes nenhuma condição. Mais ainda, reconheceu ao Senhor, pedindo a Arão e a Moisés que os abençoassem (Ex. 12.29-51).

      Os egípcios entregaram suas jóias, ouro e prata aos hebreus, quando estes lhes pediram, pois sentiam que estavam sob sentença de morte. Rogaram-lhes que se retirassem rapidamente. Os longos anos de trabalho sem remuneração dos hebreus foram compensados em parte pelos tesouros que os egípcios lhes entregaram.

 Não era um engano o seu pedido, pois os egípcios sabiam que os hebreus jamais retornariam. Desta maneira partiram os israelitas em completa liberdade como se fosse um exército de conquistadores com seus despojos e não como escravos que fugiam do cativeiro (Gn. 15.14; Ex. 3.21). Saíram do Egito uma multidão de 600 mil homens com suas famílias.

 

Nem todos eram israelitas, pois pessoas provavelmente egípcias e seus súditos, se uniram a Israel, profundamente impressionados com o poder do Senhor demonstrado nas pragas sobre o Egito e na bênção dos hebreus. O fato de que se unissem à multidão israelita alguns estrangeiros suscitaram inconformidade ou, pelo menos murmuração (Nm. 11.4). Contudo, o antigo pacto não excluía os gentios.    

 

Festas Judaicas

      As três principais Festas Judaicas:

 

Páscoa

Era comemoração da saída dos filhos de Israel do Egito,  também conhecido como Festa dos pães asmos ou ázimos (porque nela o pão era sem fermento), comemorada ainda hoje pelos judeus.

      A Páscoa, do hebraico Pessach  é a festa preferida dos judeus, porque para eles tem um significado histórico, traz as vossas memórias a “passagem” do povo hebreu pelo Mar Vermelho, vindo entrelaçado a este acontecimento a certeza de vitória, júbilo e de esperança. Também é considerada como a primeira independência do povo judeu. 

Tabernáculos

É conhecida em hebraico como Sucot, comemora o período em que os filhos de Israel viveram em cabanas no deserto, quando saíram do Egito (Lv. 23.33-43). Era a última festa do ano e tinha a duração de 8 dias. Esta festa atualmente é comemorada sob três aspectos: o religioso, o histórico e o agrícola sendo que estes se encontram no decorrer da festa e demonstram toda a alegria de seus participantes. 

Pentecostes

 É uma palavra grega que significa “qüinquagésimo” porque tal festa era comemorada cinqüenta dias após a Páscoa (Lv. 23.15,16). Chamada em Hebraico de Shavout que significa semanas. Mas é também conhecida como a Festa das Primícias, pois era entregue no templo os primeiros frutos da colheita de cereais. 

1-A travessia do Mar Vermelho (Ex. 13.17 – 15.21).

 Deus mesmo se constitui em Guia de seu povo manifestando-se em uma coluna de nuvem e de fogo. Por que ele não conduziu Israel pela rota curta ao longo da linha costeira do mar Mediterrâneo? Por que necessitavam ser organizados e disciplinados na escola do deserto, receber o pacto da Lei e o desenho do Tabernáculo. Além do mais, o Senhor os levou ao sul, para o Mar Vermelho para levar Faraó à sua derrota final e desse modo destruir a ameaça egípcia e libertar para sempre os israelitas do Egito.

       Os hebreus estavam numa situação muito perigosa. Encerrados por montanhas, pelo deserto e pelo mar, e de repente viram o exército egípcio que se aproximava deles; Deus quis revelar-se como o único guerreiro da batalha e protetor de seu povo dando-lhe um livramento inesquecível (Êx. 14.4 e 18). Ao verem os egípcios, os israelitas perderam a confiança e começaram a lançar a culpa sobre Moisés, porém Moisés sabia a quem recorrer em busca de ajuda.

 

O fato de que o Mar Vermelho se abrisse foi milagroso, pelo poder de Deus. Embora o Senhor tenha usado seu servo e um forte vento como instrumento para abrir o mar, o poder era dEle. Somente por um milagre pôde o vento ter soprado em duas direções ao mesmo tempo, amontoando a água a um lado e a outro do caminho aberto pelo leito do mar (Êx. 14.22).

 

A coluna de nuvem converteu-se na retaguarda de Israel, de maneira que a própria coluna que foi uma bênção para os israelitas, constitui-se em obstáculos para os seus inimigos. Os israelitas atravessaram pelo leito seco e o exército inimigo foi afogado. 

2- Israel vai para o Sinai (Ex. 15.22 – 18.27). Deus conduziu Israel ao deserto, um lugar muito quente, estéril e vazio.

Não havia água nem alimento suficientes. Ali estiveram os israelitas em perigo de morrer de fome e de sede; em perigo de ser atacados pelas tribos aguerridas e ferozes. As dificuldades da caminhada no deserto são maiores do que podemos imaginar. Toda a viagem por ali foi muito penosa. Por que Deus guiou por semelhante região? Deus tinha vários propósitos que concretizar:

a) Deus colocou os israelitas na escola preparatória do deserto, a fim de que as provações os disciplinassem e adestrassem para conquistarem a Terra Prometida. Ainda não estavam em condições de enfrentar as hostes de Canaã, nem desenvolvidos espiritualmente para servir ao Senhor uma vez que entrassem. Embora tenham sido libertados da escravidão, ainda tinham espírito de escravos, isto é, demonstravam traços de covardia, murmuração e rebeldia.

b) Deus desejava que os israelitas aprendessem a depender inteiramente dEle. Desde o momento em que Israel partiu do Egito, Deus começou a submetê-lo a uma série de provas, tendo em vista desenvolver e fortalecer a sua fé. Não havia águas nem alimentos. A única maneira de conseguir estas coisas era recebê-las do Senhor. O deserto era uma praça de esportes onde se podia desenvolver os músculos espirituais.

c) Deus conduziu-os ao deserto para prová-los e trazer à luz o que havia em seus corações (Dt. 8.2,3). Obedecer-lhe-iam ou não? As provas e aflições no deserto demonstrariam se os hebreus creriam ou não na Onipotência, no cuidado e no amor de Deus.

      O apóstolo Paulo referiu-se às experiências de Israel no deserto como elementos que nos servem de exemplo e de advertência a fim de que não caiamos nos mesmos erros (I Co. 10.1-13). 

3-Israel no Sinai (Ex. 19 - 40). Israel chegou ao monte Sinai aproximadamente seis semanas

após sua partida do mar Vermelho. Ali permaneceu quase um ano (Nm. 10.11). A montanha conhecida hoje como monte Sinai é uma massa isolada de rocha que se levanta abruptamente da planície com imponente majestade.

     Ao pé do monte Sinais Israel recebeu a Lei e fez aliança com o Senhor. Foi devidamente organizado como nação e aceitou ao Senhor como seu rei. Esta forma de governo chama-se teocracia. Recebeu do Senhor, através de Moisés, a Lei para reger o destino da nação escolhida. Nesse período Moisés recebeu o decálogo, Os Dez Mandamentos, e todas as Leis no Êxodo, em Levítico e partes de Números. 

4-Os Milagres durante a peregrinação no deserto. Um dos pontos, que maior crítica tem

sofrido é o dos milagres relatados no Êxodo. Modernamente, muito se esforçou o escritor alemão Wener Keller, na sua simpática obra “E a Bíblia tinha razão...”  tentando reduzir a história dos milagres a meras circunstâncias naturais. “Repentinamente se tem discutido, e com mais ou menos base, a questão das codornizes e do maná... Quanto ceticismo tem provocado! A Bíblia fala de coisas maravilhosas e inexplicáveis. Mas codornizes e maná são inteiramente naturais. Basta consultar um naturalista ou os naturais da terra, que ainda hoje podem observar o mesmo fenômeno...”  (E a Bíblia tinha Razão... / Pág 120). Vai por aí, o notável escritor, para demonstrar que as codornizes não caíram no arraial dos hebreus por efeito de uma determinação divina, mas porque, cansadas de uma longa viagem, deixaram-se cair “nas planícies da costa, para recobrar as forças para a viagem por cima de altos montes, até o Mediterrâneo”. “Piedosamente conclui Keller que as codornizes não caíram no arraial israelita porque assim determinou Deus, mas pelo cansaço da viagem longa que estava fazendo, em sua migração ruma à Espanha. Ele não nega o fato; nega as causas do fato. Não houve, pois, na opinião dele, milagre algum, mas um fato natural de todos os anos.

      Nós aceitamos que Deus sempre usou de elementos naturais para formalizar os Seus milagres. Mas este se realiza em virtude de uma ordem divina, e não conforme a natureza.

 

      “No se refere ao maná, o famoso maná, manda que recorramos à botânica, perfeitamente. Há, na região do Sinai, uma planta denominada Tamarix mannifera, Ehr, (espécie de tamareira que exundar (correr abundantemente, transbordar)um líquido que, em contato com o ar, se consolida em forma de bolinhas). Essas bolinhas, segundo ele, são colhidas pelos árabes que delas se alimentam”.

 

O que deve ser explicado é que não  há arbusto bastante para exudar bolinhas que bastem para alimentar uma multidão de aproximadamente três milhões de pessoas, daí o milagre. A Bíblia claramente diz que todo dia o arraial amanhecia coalhado de maná e que cada família apanhava o quantun satis para seu uso e, se alguém apanhava demais, a sobra apodrecia, é isto que a Bíblia ensina. Depois que os israelitas partiram do Sinai, o maná, continuou a cair até que o povo entrou na Terra da Promessa e comeu do fruto da terra; aí o maná cessou de cair (Js. 5.12). Isto Keller não sabe explicar. 

5-Cades-Barnéia (Nm. 13 – 14). Dali mandou Moisés os doze espias, para verificarem as

condições da terra e a segurança das cidades. O relatório foi que a terra era boa e farta, e, como prova, traziam um cacho de uvas carregado por dois homens, mas as cidades eram muradas e os habitantes eram gigantes, de modo que os espias eram gafanhotos diante deles. Assim, não havia outro recurso senão voltar para o Egito. Portanto, a conquista estava fora de qualquer cogitação. Tudo que os espias disseram era verdade. As cidades eram fortificadas, muitos dos cananeus sendo de grande estatura; todavia, não consideraram um ponto capital: a presença de Deus e a vitória assegurada por Ele.  

6-Trinta e Oito anos no Deserto (Nm. 14. 1-45).  Como castigo, todos os maiores de vinte anos cairiam no deserto, e uma geração nova entraria na Terra Prometida.

 Que anos intermináveis !!! E que monotonia insuportável seriam aqueles dias !!! Nada, ou praticamente nada se sabe, por onde o povo andou naqueles anos. Foi um período de vida perdida, durante o qual nem a Bíblia se ocupa do povo. Alguns tristes incidentes, entretanto, ficaram registrados como exemplos para nós:

a) A rebelião de Coré, que queria usurpar os direitos conferidos divinamente a Aarão (Nm. 16).

b) O ciúme de Miriã e a sua morte (Nm. 20.1).

c) A morte de Arão, por causa da sua trangressão (Nm. 20.22-29).

d) A rocha que Moisés feriu, zangado, motivo porque, como punição não entrou em Canaã (Ex. 17. 1-7). 

7-De Novo voltados para o Seu Destino (Nm. 20.14.21). De Cades, Moisés enviou ao rei de

Edom embaixadores, pedindo permissão para passar por seu território sem molestar o povo e sem mesmo usar das águas. Os edumeus, ou edomitas, eram parentes dos hebreus, porque eram descendentes de Esaú, Ismael e os filhos de Abraão com Quetura. Deviam, pois, simpatizar com seus parentes e permitir a passagem. Isso, porém, não aconteceu, mas não permitiu a guerra entre os dois povos. Assim Moisés teve de contornar as montanhas de Seir pelo sul e prolongar a viagem e os tormentos do povo. Os edomitas constituíram um tropeço na vida dos seus primos hebreus por longos anos.

Durante o tempo dos juízes, foram contados entre os seus perseguidores. No reinado de Davi, foram submetidos e desapareceram, assimilados por outros povos, e a sua terra tornou-se uma desolação. A sua capital, Petra, foi uma das maravilhas antigas. Hoje é um deserto, um testemunho das conseqüências de sua rebelião contra Deus.

 

      Contornando, pois, as montanhas de Seir pelo norte do Golfo de Ácaba, passaram os israelitas em paz, até encontrarem as fronteiras dos amorreus, seguindo pela Estrada Real, que atualmente vai de Damasco à Meca. O caminho era áspero e o povo não deixou de revelar o seu desgosto  por uma tal provação. Entretanto, havia alguns pontos de parada pelo caminho, onde encontrou algum refrigério: Beerote, Benê-Jaacã (Nm. 33.31), que significa: “Poços dos filhos de Jaacã”; Jotbatã (Nm. 33.33), que é descrito como terra dos “riachos correntes”, onde fica atualmente a moderna cidade de Maã, perto da estação da estrada de Ferro Meca-Damasco; Naaliel, que significa “Torrente do Vale de Deus”, por onde parece que se dirigiram ao vale de Arnom; e Bamote, que signfica “lugares altos”. Nesta altura, estavam os hebreus face com os seus mais perigosos adversários e começou a série de conquistas, que tinham por fim preparar o caminho para a entrada na terra. 

 

Balaão. Balaão, nada conseguindo com os seus sortilégios, aconselhou Balaque a fazer uma festa ao seu deus e a convidar os israelitas em caráter amigo. A festa desta divindade era licenciosa, e os rapazes deixaram-se atrair. O resultado foi a demonstração divina contra o povo, quando vinte e quatro mil morreram de peste (Nm. 25.9).

 

     Balaão, este personagem morava na terra de Arã e, provavelmente, descendia da família de Abraão, que ficaram em Pada-Arã ao rumar para a Terra Prometida. Poderia ser apenas influenciado pela religião da família abraâmica. De qualquer sorte, o que é certo é que Balaão possuía o dom profético  e aliava este dom ao costume caldeu de fazer sortilégio e adivinhações. Com esse espírito de vidência, se havia notabilizado e a sua fama atingia ao sul da Palestina. Convidado por um rei, não teve dúvida e partiu, advertido, todavia, de que faria o que Deus lhe mandasse. É um caráter que deve ser estudado à luz da história e, parece, tanto agia como profeta e mágico, quanto como diplomata. De qualquer modo, era mais a favor de Amaleque que dos hebreus, procurando um meio de dar ganho de causa ao rei gentio, sem ficar mal com o povo, que ele sabia ser de Deus.

As conquistas de Josué

 

1. A vida de Josué. Josué era da tribo de Efraim (I Cr. 7.27), foi um dos doze espias (Nm. 13.8), servo fiel e companheiro de Moisés, com este no monte Sinai (Êx. 24.13; 32.1), e parece que o tabernáculo estava sob o seu especial cuidado (Êx. 33.11). Depois da morte de Moisés foi ele quem tomou o comando dos israelitas, para o que tinha sido designado pelo próprio Deus (Dt. 31.14,23). Ele se chamava primitivamente Oséias, salvação; depois Jeosué, Deus é a minha salvação, e depois por contração, Josué.

   O caráter e a história de Josué são altamente instrutivos. Nele havia o Espírito de Deus (Nm. 27.18). Apesar das promessas divinas (Js. 1.12), ele empregou os meios que julgou convenientes para assegurar o êxito aos seus feitos. Mandou espias, e disciplinou as suas forças, não pondo a sua confiança nelas, mas sim em Deus. Desse modo, antes de atacar os cananeus, ele renovou solenemente a dedicação de si mesmo e do povo de Deus (Js. 5). E em certas circunstâncias críticas, procurou alcançar pela oração, auxílio e bênçãos especiais (Js. 10.12-14). Manifesta-se brilhantemente a sua piedade nos apelos finais que fez, e no espírito de submissão com que foram recebidos esses apelos pelo povo nos dá a idéia da sua influência e da fidelidade deles (Js. 23.8). A disciplina do deserto não tinha sido sem bênção. 

 

1.      A conquista de Canaã. A travessia do Jordão, o restabelecimento da circuncisão;

 

o episódio de Raaba, que embora cananéia, deu bom acolhimento aos israelitas, e é louvada pela fé que levou a reconhecer o poder de Jeová (Hb. 11.31), Raabe tornou-se mulher de Salmon; seu filho Boaz, que casou com Rute, veio a ser avô de Davi (Rt. 4.21; Mt. 1.5). A aparição do chefe das hostes do Senhor a Josué para o fortalecer e assegurar-lhe de novo a vitória; a queda miraculosa de Jericó; e, como sombra negra em todos aqueles triunfos, o pecado e a condenação de Acã diante de Ai. O fim alcançado era digno da maravilha que se operou, visto que pela vitória na batalha de Bete-Horom, se tornou Josué, senhor da Palestina.

      A destruição dos cananeus, é um terrível aviso a respeito dos resultados finais da transgressão. Comparados com os israelitas, eram provavelmente um povo disciplinado e forte, mas parece que não foi grande o esforço que fizeram para repelir os invasores. Confiaram talvez na enchente do Jordão, que por ocasião da entrada de Josué em Canaã (no equinócio da primavera) era tal, que, como supunham, tornaria o rio intransitável; ou então, foram dominados pelo “terror do Deus dos hebreus”. Era, certamente gente perversa e iníqua (Lv. 18.24-30; Dt. 9.4; 18.10-12). A idolatria, como sempre faz, tinha aumentado entre eles a crueldade e a licenciosidade de costumes. A vontade de Deus, não lhes era desconhecida, visto como desde o tempo de Noé, a luz duma primitiva revelação existia entre eles (Gn. 14.18-20). Não lhes serviu de proveito os diferentes avisos: - o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e das outras cidades, a desapontamento de Faraó e a destruição do seu exército, a derrota que os amorreus, seus vizinhos orientais tinham sofrido havia pouco tempo, a passagem do Jordão, a tomada de Jericó, a salvação de Raabe e as acusações da sua própria consciência.

 

A sua retirada da Palestina era decerto essencial para os israelitas, sob o ponto de vista moral, pois que a influência idolátrica era perigosa. Valendo-se da alternativa da fuga, um grande número deles fugiu para praias distantes no Mediterrâneo, os estabeleceram colônias que no decurso dos tempo se tornaram florescentes e foram por muitos séculos uma prova viva dos fatos narrados no livro de Josué.

 

Podem alguns objetar, dizendo que foi cruel essa guerra em que eles foram exterminados. Acontece porém, que as crueldades praticadas eram próprias do tempo, e no extermínio dum povo muito perverso, os propósitos divinos se cumpriam empregando os meios que geralmente estavam em uso (Js. 8). Pode-se acrescentar que os próprios israelitas foram por vezes do mesmo modo castigados, e que os sistemas de resolver as questões naquele tempo está ainda hoje em voga nas suas linhas gerais havendo essa diferença.

 

 

 

2.      Canaã, a Pátria de Israel. Em Josué 13 a 22 mostra a distribuição das terras conquistadas entre as tribos.

 

 É bem o livro registrador da conquista da Palestina. Deve ser estudado com um mapa. Notai especialmente a instituição das cidades levíticas e das cidades de refúgio (Js. 20 e 21), o estabelecimento das tribos de além Jordão, e a consagração do seu altar (Js. 22). 

4. Fim da vida do Grande Guerreiro de Israel. Josué 23, 24:15 descreve o fim da vida do grande guerreiro, as suas despedidas, a promessa renovada, feita pelo povo de fidelidade a Jeová (Js. 24.16-28), a morte e o enterro de Josué, o funeral do corpo embalsamado de José (Js. 24.29-32), a morte de Eleazar, filho de Arão (Js. 24.33). 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 III – O  PERÍODO TEOCRÀTICO

 

      O período teocrático de Israel é assim chamado por não haver na época um rei humano, o próprio Deus reinava sobre o seu povo. O termo “Teocracia” foi pela primeira vez aplicado ao período dos Juízes de Israel pelo historiador judaico Flávio Josefo. 

1. Caráter do período em que governaram os Juízes. Os Juízes, em hebraico Sophetim, não constituem uma sucessão regular de governadores, mas libertadores ocasionais, que Deus chamava para livrarem Israel da opressão dos povos estrangeiros e para administrarem justiça. Sem assumirem a dignidade duma autoridade real, eles procediam durante o tempo da sua chefia como representantes de Jeová, o Rei Invisível. A forma de governo do povo era uma espécie de confederação republicana, tendo os príncipes e anciãos autoridades nas suas respectivas tribos.

      A duração do juizado em Israel, não pode ser conhecida pelo próprio livro dos Juízes, em  primeiro lugar, porque fazendo-se ali menção de períodos de vinte e de quarenta anos, isso parece indicar apenas números redondos e não um determinado tempo; e em segundo lugar, porque as opressões e a libertação de Israel, dando-se em diferentes tribos e localidades, foram provavelmente algumas vezes casos contemporâneos. A soma total dos anos, se for feita sucessivamente, abrange um período de tempo muito mais vasto do que o resto da história permite.

      Supondo que foram sucessivos os períodos de opressão e de livramento, e que diziam respeito a todo o país, teríamos, o seguinte quadro: 

 

 

 

Cap.

Opressores

Anos

Cap.

Libertadores

Anos

3.8

Cusã-Risataim

8

3.11

Otoniel

40

3.14

Eglom

18

3.20

Eude

80

4.2

Jabim

20

5.1

Baraque

40

6.1

Midianitas

7

8.28

Gideão

40

 

 

 

10.2

Tola

23

 

 

 

10.3

Jair

22

10.8

Amonitas

18

12.7

Jeftá

6

 

 

 

12.8,14

Ibzã

25

13.1

Filisteus

40

15.20

Sansão

20

 

 

111

 

 

296

 

      Tudo isto somado dá um total de 407 anos, não incluindo os 40 anos de Eli (I Sm. 4.18),nem  os 3 anos de reinado de Abimeleque, filho de Gideâo. 

 

2. A situação do povo depois de Josué. O caráter dos israelitas parece, segundo as indicações do livro de Juízes, ter decaído muito. A geração que foi contemporânea de Josué era corajosa e fiel, isenta daquela fraqueza e obstinação que haviam desonrado os seus pais (Jz. 2.7). Mas aquele ardor já tinha arrefecido algumas vezes, nos últimos anos de Josué, a ponto deste julgar necessário censurá-los pela sua indiferença.

 Talvez o território da Palestina fosse mais extenso do que lhes era preciso, ou do que podiam ocupar. Como a cada tribo coube a sua parte, eles tornaram-se tão zelosos no cultivo dos seus próprios territórios, e tão amigos do seu descanso, que não havia neles muita vontade de auxiliar aos seus irmãos. O sentimento nacional perdeu-se, e as desordens de toda a espécie, se levantam por falta de regulamentos estabelecidos (Jz. 21.25). Além disso, todos julgaram que era mais conveniente escravizar os povos subjugados do que expulsá-los, política esta de tal maneira insensata e pecaminosa, que deu os resultados que já conhecemos. Outra geração se levantou. Os israelitas, vivendo com os idólatras, copiaram os seus exemplos, fizeram casamentos mistos, e assim se contaminaram (Jz. 2.13; 3.16).

 

 Os antigos habitantes da terra, senhores do terreno, foram ganhando forças, a ponto de fazerem frente à povo escolhida; as nações e tribos circunvizinhas, como os sírios, os moabitas, os filisteus e os midianitas, aproveitaram-se da degeneração de Israel, para os atacar, visto que a licenciosidade, comodidade e a idolatria, a que os hebreus se entregaram tinham prejudicado os seus meios de defesa. Dum modo especial a história de Sansão, o último juiz da série, mostra as conseqüências da desenfreada sensualidade dos israelitas (Jz. 13.24 a 16.31). 

 

Resumo: A história de opressões e livramentos alternados, ocupando dezesseis capítulos do livro, é seguida de duas narrativas, que nos esclarecem sobre o caráter volúvel e licencioso da gente daquele tempo:

 

I. a de Mica, o eframita (Jz. 17 e 18).

II. a de benjamita em Gibeá, uma afronta seguida duma guerra fraticida, sendo tomadas medidas violentas para salvar a tribo dum completo extermínio (Jz. 19 a 21). Todavia, é justo acrescentar que não se deve considerar todo o período dos Juízes como uma corrente contínua de apostasia. Certas desordens que mencionamos eram próprias somente de algumas partes do país, estando o resto em melhor estado. Os pecados que provocavam o justo castigo, e os livramentos que se seguiam ao arrependimento, são referidos extensamente, ao passo que os longos períodos em que o povo obedecia a Deus, são descritos por um simples versículo. 

Rute 

 

      Começou com Noemi, desde a sua partida de Canaã para Moabe, e por ocasião duma prolongada fome, durante o jugo dos midianitas, durante 7 anos (Jz. 6.1-6), nos dias de Gideão; até que voltou para a terra de Israel com a sua nora Rute (Rt. 1). Entrevista com Boaz com Rute, e seu casamento (Rt. 2 a 4.12); e a genealogia de Davia (Rt. 4.13-22). 

Período de Transição 

 

      A linha guerreira dos Juízes, chegara ao fim. Eli, sumo sacerdote da linha de Itamar, veio a ser Juiz, exercendo também as suas funções sacerdotais no santuário de Siló, por quarenta anos, e o foi muito provavelmente em parte do tempo, contemporâneo de Sansão. Foi quando os filisteus guerreavam os israelitas e sobre estes exerciam domínio, chegando os acontecimentos a extrema gravidade com a tomada da arca e a morte de Eli. O seu sucessor foi Samuel, descendente de Levi por Coate. Era profeta e sacerdote.(I Cr. 6.22-38;Êx6.15ss.). 

Vida e Chamada de Samuel. A mui conhecida história do nascimento de Samuel, de sua consagração ao serviço do Senhor, de sua extraordinária chamada, nos mostra quão maravilhoso foi o seu caráter e a sua vida. Ele foi mais do que um reformador: restaurou a religião de Israel e fundou as escolas dos profetas. Muito jovem ainda, convocou o seus conterrâneos para resistirem ao exército dos filisteus que foi completamente derrotado; e “Ebenézer” , a “A Pedra de Ajuda”, tornou-se o memorial da grande vitória alcançada com a ajuda de Deus. A posição de Samuel era única. Deus constitui-o governador temporal e espiritual da nação, dando-lhe uma supremacia que o rei que tinha sido escolhido respeitou (I Sm. 7.15). Mas sobretudo se deve considerar que ele foi o cabeça da grande linha de profetas. “E também todos os profetas desde Samuel, e todos depois seguiram”, é a descrição apostólica dessa ilustre sucessão (At. 3.24).

 

Por ele, veio novamente “uma visão manifestada”, que desde muito tempo não havia, (I Sm. 3.1; cf Jr. 15.1; At. 13.20). 
 

IV – A Monarquia Israelita 

 

1. Designação de Saul como rei. Tendo os israelitas pedindo um rei, Deus satisfez-lhes o desejo. A maneira como Samuel tornou conhecido os desígnios de Deus, e os levou avante (I Sm. 9 e 10), mostram entre outras coisas, a simplicidade da vida do grande profeta e o seu caráter condescendente. A própria nomeação foi feita com toda a solenidade e entre demonstrações de entusiasmo popular. Essa parte da história é uma descrição resumida do tato e moderação com que Saul principiou o seu reinado. O rei voltou ainda por algum tempo para a sua casa, não dando importância alguma a qualquer falta de lealdade existente (I Sm. 10.26,27).

 

      Essas boas esperanças não tardaram muito tempo a desaparecer, com o desenvolvimento de qualidade que tornaram Saul incompetente para governar o povo de Deus. Com efeito, o seu caráter, como se acha descrito em I Samuel, mostra uma mistura de sentimentos maus e nocivos. Era um homem obstinado e arrebatado, merecendo ao mesmo tempo a severa repreensão de Samuel (I Sm. 15.20-23), e o delicado louvor de Davi, (II Sm. 1.19-27). As suas explosões de raiva e de inveja eram por vezes próprias de um doido. “Um mau espírito da parte do Senhor o perturbava” (I Sm. 16.14). 

 

 

 

 

 

2. Davi no palácio de Saul.

 

As narrativas da apresentação de Davi a Saul revelam o caráter do rei nos seus diferentes aspectos. Há muita vivacidade nesses pormenores, com algumas dificuldades indubitáveis. O jovem pastor que derruba o gigante, o músico que acalma as fúrias do monarca, o escudeiro escolhido do rei, o “poderoso homem de  valor”, o “capitão de milhares”, o genro do rei, são entre outros atributos, aqueles com que o filho de Jessé se apresenta. É difícil harmonizar certos fatos da vida de Davi, principalmente o de ter sido ele chamado para acalmar pela música o espírito perturbado de Saul, e o de ser depois o favorito do rei e o seu escudeiro (I Sm. 16.15-23); com a parte da história que segue em que o jovem pastor é apresentado como um desconhecido ao Rei (I Sm. 17.55-58).

 

Esta dificuldade é solucionada por Myer Perarlman, quando cita o missionário Parrot de Madagascar: “Em Madagascar quando um homem leva de vencida alguma grande façanha, o clamor não é “quem é este?” mas “Dem quem é o filho?” passando a glória a quem é seu pai. Além disso, o costume de Madagascar mansa fingir ignorância do parentesco para poder exprimir maior surpresa”. 

 

3.      Saul e Davi.

 

 Visto que Saul falhou, foi Davi ungido por Samuel por indicações divina, como futuro rei de Israel. “Desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi” (I Sm. 16.13), que pela sua superioridade, atraiu o ódio de Saul. A descrição das suas fugas para evitar qualquer crime por motivo de inveja do rei e a de outras muitas aventuras, constituem a matéria mais abundante da última parte do reinado de Saul. É também fato notável e característico ter ido Davi refugiar-se no país dos filisteus, cujo campeão ele havia matado (I Sm. 27.1-3) é o título do Salmo 34. Em seguida vem a visita do rei, no seu desespero à feiticeira En Dor (I Sm. 28), e por fim a desastrosa batalha do Monte Gilboa (ao sul da grande planície de Esdraelom), na qual morreram Saul e Jônatas. 

 

 

 

4.      Davi reina sobre Judá.

 

Davi foi coroado em conformidade com os desígnios de Deus,  mas opôs-lhe ressistência, o herdeiro de Saul, Esbaal, (por zombaria chamado Isbosete, “o homem de opróbrio”), cuja causa Abner, general de Saul, defendia, sendo apoiado pelo maior número das tribos. Davi, seguido pela pela sua própria tribo de Judá, estabeleceu o seu trono em Hebron. Resultou de tudo uma guerra civil, na qual foram mortos Abner e Isbosete, com verdadeiro sentimento de Davi. Outro descendente de Saul, Maribaal, filho de Jônatas, cujo nome fora novamente alterado para Mefibosete, não suscitava quaisquer apreensões, pois era aleijado, e foi amavelmente tratado por Davi, que dentro de seus estados já não tinha quem pudesse fazer-lhe oposição séria. A sua primeira grande façanha foi tomada da fortaleza de Sião aos jebuseus, considerada até aquele tempo como inexpugnável pelos seus possuidores idólatras (I Cr. 11.4-9), que se refere a Joabe como o primeiro a entrar na fortaleza.

 

Daí em diante a fortaleza tomou o nome de Cidade de Davi, a coroa da antiga Jerusalém (Js. 10.2; 15.3). Essa empresa e o crescente poder da Davi constituíam uma forte ameaça para a supremacia dos filisteus, de quem, depois da batalha de Gilboá, tinha sido Israel, sem dúvida tributário. Faltam pormenores, mas o que é certo é que Davi infligiu a esses antigos inimigos dos hebreus, uma série de formidáveis derrotas, sendo a principal a que os filisteus sofreram no Vale de Refaim (“Vale do Gigante”), entre Jerusalém e Belém. Esta guerra, teve como resultado, ficarem os israelitas daí por diante realmente livres dos seus outrora poderosos inimigos.

 

Outras vitórias se seguiram a leste e ao norte, ficando aberto o caminho para a consecução do firme propósito, que no coração do rei se tinha gerado (Sl. 132.2-5), de fazer a trasladação da arca. Havia já vinte anos que esta se achava “nos campos do bosque”, em casa de Abinadabe de Quiriate Jearim, após a resolução dos  filisteus de enviarem-na para fora da sua terra.

 

A ida da arca para Jerusalém é um fato importante na história religiosa de Israel, e acha-se convenientemente referido com os devidos pormenores em II Sm 6. Muito significativa também é a narração de II Sm. 7, onde se acha expressão desejo real de coroar a transferência da arca com a edificação dum santuário permanente. Dá isso ocasião à grandiosos alocução profética de Natã – O Messias Filho de Davi, Herdeiro do Trono Davídico, seguida da sublime manifestação religiosa de Davi, dando graças a Deus e orando. 

 

5.      O rei Davi em Jerusalém.

 

 De Hebrom, onde tinha permanecido pelo espaço de sete anos, transferiu Davi, a sede do seu governo para Jerusalém. Continuou as suas conquistas assinaladas por notáveis acontecimentos (II Sm. 8 e 10), sendo a guerra com Amon bastante prolongada e deveras encarnecida. Em relação com esta guerra, ocorreu o grande pecado de Davi, fielmente referido; segue-se o seu sincero arrependimento, o perdão de Deus e o nascimento de Salomão (II Sm. 12.24,25). Mas embora o pecado fosse perdoado, as conseqüências tornaram-se manifestas. Os fatos que se seguiram constituem, na sua generalidade, uma dolorosa série de desastre públicos e de família. O crime de Amon, a vingança de Absalão, que pela falta sua cai no desagrado do rei, mas que depois se reabilita, voltando para Jerusalém; a rebelião do mesmo Absalão e a sua morte (II Sm 14-19). Vem depois a revolta de Seba, o benjamita, causada pela inveja entre as tribos (II Sm. 20). O breve parágrafo (II Sm.20.23-26), é até certo ponto uma repetição de (II Sm. 8.16-18). Ambas passagens formavam provavelmente o fecho de diferentes descrições do reinado de Davi. Finalmente vem o castigo de Deus sobre Jerusalém por ter Davi numerado, isto é, feito o censo, certamente por espírito de orgulho. Depois um sacrifício propiciatório, em conexão com o qual, é adquirido o sítio do futuro templo.

      Compare-se com o que se diz em (I Cr. 21). “Ornão” e “Arauna”, são diferentes formas do mesmo nome. O preço da eira e dos bois, foram cinqüenta siclos de prata (II Sm. 24.24) e o de todo aquele espaço, onde mais tarde foi construído o templo foram seiscentos siclos de ouro.  
 

A profecia: de Samuel até Davi 

 

      Revivescência do espírito profético: Samuel. – Temos em Samuel uma revivescência do espírito profético. Desde Josué até Eli, não tinha havido segundo parece, “visão manifesta” (II Sm. 3.1; At. 13.20 e 3.24). Sob os Juízes, permaneceu como de princípio, o pacto primitivo. A política e o sacerdócio judaico não mudaram. A Lei, dada por Moisés, estava completamente em vigor, e os Livros de Samuel, mostram repetidas vezes, um perfeito conhecimento das doutrinas e instituição do PentateucoTodavia no tempo de Samuel iam-se verificando no país, notáveis mudanças. As calamidades estavam sendo mais perturbadoras, e os acontecimentos mais extraordinários e precipitados. O sacerdócio estava para ser transferido, e o governo real ia se implado. E daí a pouco tempo, o próprio reino seria dividido. A idolatria ia ser publicamente sancionada, sendo o fato merecedor de censuras públicas autorizadas; a isto havia de seguir uma longa série de aflições, que deviam terminar no cativeiro, desde muito tempo predito.

 

 

      Alterações tão extraordinárias necessidades duma revivescência religiosa  e dum desenvolvimento da revelação profética. Assim como Moisés precisava duma prova particular de que era mandado por Deus, assim aconteceu com Samuel. Este aparece portanto como profeta, e começa então uma idade profética, que havia de continuar sem interrupção até Malaquias. Uma chamada sobrenatural e uma visão profética ele teve logo no princípio do seu ministério, quando era ainda era jovem. Ele deveria repetir a Eli a predição que já fora anunciada por um homem de Deus, e a realização do fato, com outras circunstâncias, bem cedo mostrou que nele havia autoridade.

 

      Davi como profeta (At. 2.30) – na pessoa de Davi e no seu reinado a profecia toma um novo caráter. Primeiramente foi-lhe confirmado o reino (II Sm 7.12-17; Sl. 89). Depois foram preditos o caráter  o reino de Salomão e em relação com esses fatos encontramos altas e santas revelações. A promessa a Abraão foi, como temos visto, temporal e evangélica ao mesmo tempo; assim também foi revelada a promessa a Davi. A Abraão tinha sido anunciado com certa clareza o Messias, como a prometida Semente, a Moisés como um Profeta; a todos aqueles tempo como um Sacerdote; a Davi se manifestou também como Rei. E em conexão com o seu reinado existem notáveis figuras, não só da hostilidade dos reis da terra, mas também da autoridade do Messias, do Seu cetro de justiça, do seu imutável sacerdócio, da sua elevada natureza, da Sua morte, da Sua vitória sobre a morte, e do Seu domínio universal (Sl. 2.16; 45; 110 etc).

 

      Até que ponto conhecia Davi a profunda significação das profecias que lhe eram dirigidas, como as de Natã, ou por ele proferidas, não se pode saber. Tanto a ele como a outros videntes inspirados, se podem aplicar as palavras de I Pd. 1.10-12. Mas o próprio apóstolo Pedro também em outro lugar, nos ensina que Davi sabia “que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto dos seus lombos, segundo a carne, sairia o Cristo e seria assentado sobre o seu trono” (At. 2.30).

 

      Ao mesmo tempo que o reino e o caráter do Messias eram assim apresentado, eram feitos preparativos para imprimir profundamente nos corações do povo, essas profecias, tornando-as proveitosas à fé e à piedade. Assim, elas passaram dos Salmos para as devoções da congregação de Israel. Esses Salmos são os mais importantes acréscimos que até então haviam sido feitos à revelação mosaica, e tinha por fim povoar a alma dos antigos adoradores de Deus com esperanças messiânicas. E, também muito expressiva, a crescente clareza dessas predições. A Abraão foi revelada a Semente. E quando os seus descendentes vieram a ser as tribos de Israel a promessa foi restringida à de Judá, pertencendo depois a Davi quando o reino apareceu.

 

      Não se pode atribuir aquelas predições a adulação ou egoísmo, pois é Davi quem as recebe em primeiro lugar, nem tão pouco, ele as apropria a si, mesmo em toda a sua plenitude. Ele as aplica a outro, e o mensageiro que lhes apresenta é Natã, aquele profeta que o censurou pelo seu grande pecado e ameaçou severamente Salomão, com as conseqüências da sua apostasia.

 

A fidelidade de tais servos de Deus tinha outros e imediatos fins, mas isso prova incidentalmente a verdade de suas mensagens. 
 

Caráter Teocrático da História 

 

Quando tratamos do período dos Juízes e mesmo Samuel, fizemos alguns comentários à vida de Davi. Podemos acrescentar aqui, com respeito não só a ele, mas também a Salomão e aos seus sucessores, que a mais notável feição da História de Israel e de Judá, como se vê nos livros dos Reis e das Crônicas, é o seu caráter religioso e teocrático. Rei, Congregação e Estado, tudo existe sob a ação imediata de Deus. O caráter de cada rei é determinado pela sua fidelidade ás obrigações religiosas do seu cargo. Por isso se diz da vida de cada um deles: “Andou nos caminhos de Davi seu pai”, e assim prosperou: ou “andou nos caminhos de Jeroboão, que levou Israel ao pecado”, e assim fracassou.

 

Estes fatos são valiosíssimos, pois são a história de Deus e da Sua Lei na nação israelita, quando esta era uma monarquia; como numa democracia, os livros de Josué e dos Juízes; e também era a história de Deus e da Sua Lei numa aristocracia, ou como eram os primitivos livros, a história de Deus e da Sua Lei, na família. Nos profetas e nos Atos dos Apóstolos temos vislumbres do que deve ser a história de Deus e da Sua Lei no mundo. Daí vem a preeminência que é dada a construção do templo, e as numerosas referência à Lei, especialmente quando os dois reinos estavam se aproximando do seu fim; a freqüente intervenção dos profetas, ora censurando o povo, ora arrastando a ira do soberano; a deposição e a sucessão dos reis; e a conexão que em toda a parte se nota entre o que parece ser meramente político e a fidelidade ou a idolatria do tempo (II Rs. 5.8, 10, 31; 17.13,15,37; 18.4-6). A história de Elias (I Rs. 15.3-5; II Rs. 11.17). Se as nações fossem sábias, essas narrativas seriam os seus melhores instrutores; elas estão adaptadas a ensinar tanto o mundo como a Igreja. 

 

O Reinado de Salomão 

 

      Os fatos narrados nos onze primeiros capítulos de I Reis são: Os últimos dias de Davi; a tentativa de Adonias para ser reconhecido como seu sucessor; os últimos conselhos do rei moribundo a Salomão; a sua morte, a elevação de Salomão ao trono, e as suas severas medidas, a sua aliança com o Egito. A religião nacional.

      O Faraó com cuja filha Salomão casou deve ter sido um dos últimos reis da vigésima primeira dinastia, talvez, Pesebcamen II.

      Salomão pede considerando o melhor dom, o espírito de sabedoria (I Rs. 3.5-15), e dá provas de o possuir. É confirmado no seu reino e reconhecido como o mais sábio dos homens (I Rs. 4). Possuindo grandes tesouros, que em parte herdou de Davi, ele obtém do país marítimo e comercial da Fenícia, cujo rei era Hirão, homens e materiais para edificar o templo, no que no fim de treze anos, gastos na construção, é com toda a solenidade a Deus (I Rs. 5 a 8).

      A magnificência do reinado de Salomão, as renovadas comunicações divinas, a visita da rainha de Sabá; a decadência moral e religiosa do rei de Israel, e por fim as perturbações dos seus últimos dias e a sua morte são descritos em I Reis 9 a 11. 
 

Considerações sobre os reinados de Davi e Salomão 

 

      Os reinados de Davi e Salomão, constituem o período de ouro da nação hebraica. Davi sempre mostrou o maior desejo de ser dirigido por Jeová em todos os passos dados para a posse do reino (I Sm. 23.2,4; II Sm. 2.1). Ele procedia sempre como “servo de Deus”. E, quando foi estabelecido no trono, foi seu primeiro cuidado, dar honra a Deus, e promover o bem estar religioso do povo (II Sm. 6.1-5; 7.1,2). Como rei, ele trabalhou pela prosperidade da nação, e como representante visível de Jeová, ele conformou-se rigorosamente com o espírito da teocracia. Foi certamente mais por motivo do caráter da sua administração, do que realmente pelas suas virtudes particulares, que foi chamado “o homem segundo o coração de Deus” (I Sm. 13.14; At.13.22) e o “executante da Sua vontade”. Todavia, quando lembramos a piedade da sua juventude,a profundeza do seu arrependimento, a fortaleza da sua fé, o fervor da sua devoção, a elevação e a variedade dos seus dotes intelectuais, a grandeza e o ardor do seu coração, o seu eminente valor numa época de guerreiros, a sua justiça e a sabedoria como governador, e a sua fidelidade ao culto e vontade de Deus, podemos julgá-lo então como modelo de autoridade real e de obediência espiritual. 

 

Salomão. Continuou no mesmo caminho político de seu pai e participou das bênçãos. Os seus domínio estendiam-se desde o Mar Vermelho, até ao Eufrates, e desde o Mar Vermelho e a Arábia, até aos montes Líbano (I Rs. 4.21). Os estados tributários eram mantidos numa completa sujeição, e sendo ainda governado pelos próprios príncipes, era Salomão por conseqüência, “rei dos reis”. Os cananeus que ficaram na Palestina, tornaram-se súditos pacíficos ou servos úteis. Os tesouros do rei, eram imensos, constando largamente dos despojos que seu pai tinha trazido de muitas nações e que tinha guardado a fim de levantar um templo a Jeová. A todas essas riquezas, juntou Salomão o rendimentos oriundos de pesados tributos. A grandeza de seu harém ultrapassava os limites da própria licenciosidade oriental, embora talvez, fosse ditada pela política mundana.

 

      A sabedoria de Salomão é celebrada não só na Escritura, mas também na história oriental. Três mil provérbios são prova da sua habilidade e do seu saber. Mil e cinco cânticos colocaram-no entre os primeiros poetas hebreus, e os seus conhecimentos de história natural se revelam em seus escritos que há muito são admirados.

 

      A sua própria grandeza o atraiçoou. Suas mulheres, tesouros e carros, eram inteiramente ao espírito e aos preceitos da Lei (Dt. 17.16,17). As excessivas contribuições alienaram ao rei, a afeição do povo; e sobre todos esses males ele foi transviado do verdadeiro caminho pelas mulheres edificando templo a Quemós ou Baal-Peor, o ídolo obsceno de Moabe, a Moloque, o deus de Amon e a Astarote, a deusa dos sidônios (I Rs. 11.1-5).

 

      Foram por conseqüência, os seus últimos dias perturbados por “adversários”, que promovera, revoltas nos estados tributários: a tribo de Efraim, tornou-se um centro de descontentamento, Hadade, semeou a discórdia em Edom, e Damasco tornou-se independente sob a direção de Reson. Em certa ocasião Aías foi anunciar ao rei de Israel em pessoa, que tendo ele quebrado o pacto pelo qual tinha sido revestido do poder real, o reino seria rasgado e parte dele dada ao seu servo (I Rs. 11.31). A esse mesmo “servo” Jeroboão;  profetizou Aías que ele havia de ser rei de dez tribos (I Rs. 11.29,39).

 Todavia, o reinado de Salomão foi em geral muito próspero. “Judá e Israel eram tão numerosos como a areia que está nas praias do mar, comendo, bebendo e alegrando-se. A terra estava livre de incursões hostis. De Dã até Berseba, eles moravam seguros, cada homem sob sua vizinhança e sua figueira”.

 

      O grande acontecimento da vida desse rei foi a construção do templo. Como o levantamento do templo, era a realização duma profecia (II Sm. 7.13), e era além disso um símbolo da morada de Jeová entre o seu povo, foi aquele suntuoso monumento considerado uma figura do povo judaico e da congregação, e uma profecia sobre a presença contínua de Deus (Jr. 7). A sua história é, até certo ponto, uma espécie de índice da história dos próprios judeus. Quando ele caiu, os judeus foram dispersos; e quando novamente se levantou, vieram eles outra vez para Judá. E a  história quando quer fixar o temo em que principiou o cativeiro, menciona a destruição do templo ou a primeira conquista de Jerusalém (I Rs. 9.7-8; II Cr. 7.20; Jr. 7; Is. 44.28). 


 
 

V – DIVISÃO DO REINO 

 

      Com o reinado de Salomão terminou a glória de Israel, como povo unido. O reino foi desde então, crotado em dois, sendo a causa imediata do fato, a insensatez de Roboão, embora tivesse havido anteriormente grande descontentamento, devido em grande parte aos pesadíssimos tributos, lançados para sustentar a casa real. Dez tribos das quais Efraim era a principal, separaram-se das restantes, e formaram o reino de Israel.

 

      As tribos de Judá e Benjamim foram as que permaneceram fiéis à casa de Davi, constituindo o reino de Judá, ao qual também se ajuntou depois a maior parte dos levitas e muitos das outras tribos que temiam a Deus (II Cr. 11.13-16).

      A história dos dois reinos, apresenta impressionantes contrastes e lições muito instrutivas. 

 

1 .Cativeiros: Assírio e Babilônico: O Reino de Israel

 

      Jeroboão, o primeiro rei de Israel, era da tribo de Efraim, e foi aclamado rei pela vontade de Deus, como lhe anunciara o profeta Aías ainda no templo de Salomão, sendo-lhe nesta ocasião feita a promessa condicional de que o seu reino seria como o de Davi (I Rs. 11.38). Mas Jeroboão não tinha nem a fé, nem a obediência de Davi. Com o fim de conservar a independência do seu reino, estabeleceu um sacerdócio distinto do de Judá e a adoração do bezerro em Dã e Betel. Compare-se com o pecado de Arão (Êx. 32.4,5). Havia violação do segundo mandamento, e por isso idolatria, embora o culto fosse professamente prestado a Jeová sob a forma simbólica dum bezerro. E dessa maneira ele compôs um sistema de idolatria que de certo modo mais tarde, veio a ser uma parte da religião nacional. Por esta razão é ele designado na história, pelo nome de Jeroboão, “filho de Nabate, que fez pecar os filhos de Israel”. Desde Jeroboão até Oséias, o 19º e último rei de Israel, o país não se viu livre da depravação geral. De cada rei se dizia: “Fez o que era mal aos olhos do Senhor”. ONRI, tido como poderoso e famoso nas nações vizinhas, como atestam monumentos, foi em caráter, um dos piores reis.

 

ACABE, filho desse rei, sob influência de sua mulher Jezabel, filha do rei dos sidônios, introduziu em Israel o culto fenício a Baal, idolatria dum caráter mais negro do que a de Jeroboão. JEÚ na verdade exterminou os profetas de Baal, e pela sua obediência alcançou em parte, uma grande bênção temporal, mas “Jeú não teve o cuidado de andar na Lei do Senhor, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, que fez pecar Israel”. A nação copiava o procedimento de seus reis. Poucas excessões havia, mas para as descobrir, foi necessária uma revelação direta nos dias de Elias: de tantos milhares de pessoas, de que se compunha a população de Israel, apenas se mencionam 7.000 fiéis, que não dobraram o joelho diante de Baal.

      Entretanto, Israel recebia da Providência muitos avisos, No espaço de cinqüenta anos apareceram por esse país, os profetas Jeú e Micaías, Elias e Eliseu, operando esses dois últimos, mais milagres do que qualquer outro profeta desde Moisés e Josué. Alguns anos depois do seu dilatado ministério, vieram Jonas, Oséias e Amós, sendo as mensagens desses profetas confirmadas pelos castigos divinos.

      O reinado de Jeroboão II, embora exteriormente próspero (II Rs. 14.25), não foi tão exceção à apostasia predominante; e em contraste com a casa de Davi, (na qual, a despeito de muita corrupção, foi mantida a série de reis, conforme as promessas divinas, até ao fim), a linha dos reis israelitas foi tantas vezes quebrada que durante o decurso de 220 anos aproximadamente, nove dinastias diferentes ocuparam o trono de Israel. 
 

 

  1. Jeroboão I: Nadabe, assassinado por Baasa (I Rs. 12.25 – 14.20)
  2. Baasa: Elá, este assassinado por seu servo Zinri (I Rs. 15.32 – 16.7)
  3. Zinri: que se suicidou no fim de oito dias de reinado (I Rs. 15.15 – 20).
  4. Onri (Tbni, rei rival): Acabe; Acasias, Jorão, morto numa batalha por Jeú (I Rs. 16.21-28).
  5. Jeú: Joacaz; Joás; Jeroboão II; Zacarias, morto numa conspiração por Salum (Am. 7.9).
  6. Salum: assassinado por Manaem (II Rs. 15.13,14).
  7. Menaem: Pecaías, morto por seu capitão, Peca (II Rs. 15.17-22).
  8. Peca: morto numa conspiração por Oséias (II Rs. 15.23-31).
  9. Oséias: deposto pelo rei assírio depois de nove anos de reinado (II Rs. 17.1-23).

 

      A ruína desses dois últimos reis foi diretamente causada pela política fatal da aliança com países gentílicos. Peca tinha procurado o auxílio de Rezim, rei da Síria, contra Acaz, e ao princípio tirara vantagens, mas Acaz, imitando o seu rival em processos políticos, pediu socorro a Tiglate-Pileser (ou Pul), rei da Assíria. Veio sobre esse monarca e castigou duramente os israelitas, levando para a Nédia as duas tribos e meia de Além-Jordão, ficando tributárias as restantes (I Rs. 15.29). Foi este o período cativeiro de Israel. Dez anos depois Oséias apelou para Só, rei do Egito (provavelmente Sabaco, o etíope, fundador da 25ª dinastia), para que esse monarca o auxiliasse nos desejos de sacudir o jugo assírico. Infelizmente entrou também nessa aliança o rei Ezequias. A revolta provocou a vinda de Salmaneser, filho de Tiglate-Pileser, a frente dum grande exército, caindo em poder de Sarjão, sucessor de Salmaneser, a cidade de Samaria, a qual foi anexada ao império da Assíria.

 Foi este o segundo cativeiro de Israel, que produziu a despovoação do país(II Rs. 17.3-6).  Ezequias escapou, sendo o exército de Senaqueribe, filho de Sargão, miraculosamente destruído. 

 

A origem dos Samaritanos. Os territórios conquistados aos israelitas, foram depois povoados por estrangeiros, vindos da região do Tigre e Eufrates. Esses e os israelitas que tinham ficado na terra de Israel, aliaram-se por casamentos recíprocos, tomando mais tarde o nome de samaritanos. As devastações pelos leões no país despovoado foram por eles atribuídas à coléra do “Deus do país”, e, apelando para o rei da Assíria, foi-lhes mandado um sacerdote de Jeová para os instruir. A princípio a sua religião foi variada. “Eles temiam a Jeová e adoravam os  seus próprios deuses”. Mas, depois das reformas empreendidas por Josias, e que estenderam até Betel e aos distritos no norte (II Rs. 23.15; II Cr. 34.6,7), parece que o povo concordou com a destruição dos seus ídolos, aceitando nominalmente a religião israelita. Esse fato trouxe também complicações interiores, como demonstra a história dos tempos seguintes. 

 

      O que foi feito das dez tribos, não se sabe. Costumes, ritos, característicos, semelhantes aos que eles adotavam, têm sido descoberto em todas as partes do mundo. E mesmo parece que muitos israelitas voltaram em diferentes períodos de tempo à sua própria terra. Ciro dirigiu a sua proclamação a “todo o povo de Jeová” (Ed. 1.1-3), e alguns dos ritos em conexão com a consagração do templo dão a entender que estavam presentes à cerimônia pessoas de todas as tribos, sendo também provável que muitos israelitas se estabelecessem na Galiléia e na Peréia muito antes de Jesus Cristo.

 

 Ver o livro apócrifo de I Macabeus 5.9-23. É certo que no nome de israelitas já não se restringia às tribos do norte, parecendo que até nos tempos do Novo Testamento a velha nacionalidade tinha sido até certo ponto restaurada (At. 26.7; Tg. 1.1); Ana, a profetiza “da tribo de Aser” (Lc. 2.36). 
 
 

2. O Reino de Judá

 

      Muito diferente foram os destinos do Reino do Sul. Vinte reis, todos descendentes de Davi, ocuparam o trono pelo espaço de quase quatrocentos anos. É notável que mesmo quando os reis de Judá terminavam o seu governo por efeito de morte violenta, como aconteceu com Acazias, Joás e Amon, nenhuma tentativa se fez para quebrar a linha davídica de sucessão, exceto o caso de Atália, ms ímpia mulher não conseguiu estabelecer o seu trono mesmo com 6 anos de lutas em Jerusalém. Alguns desses reis são dignos de elogios pela sua piedade (Asa, Josafá, Josias e Ezequias); outros porém, foram ímpios e depravados (Acaz, Manassés, Amon). Houve também alguns que, sendo recomendáveis por boas qualidades que manifestaram, cometeram contudo, graves faltas, que os historiadores fielmente narram, e foram esses: Joás, que assassinou Zacarias, e Uzias que profanou o santuário. Mas o plano divino não sofreu mudança alguma na longa preparação dos fatos para a vinda do Messias (At. 2.30), e a genealogia real (Mt. 1), mostrando a linha de sucessão, ainda mesmo “depois da deportação para Babilônia”.

 

Apenas uma vez, durante o período dos reis, um caso de certa seriedade que poderia quebrar a linha de Davi. E isso foi quando Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel, pelo receio que tinham de ser esmagados pela Assíria, fizeram entre si uma aliança à qual quiseram obrigar também Acaz, rei de Judá. Vistas as coisas à superfície, parece que a confederação dos três reinos seria boa política, porquanto Damasco, Samaria e Jerusalém, ficariam suficientemente fortes para resistir ao terrível poder do norte. Mas para isto seria necessário derrubar a casa de Davi, um plano cuja realização o atual representante oferecia toda a oportunidade pelas suas fraquezas e caráter indigno, havendo já um pretendente ao trono de Judá na pessoa do “filho de Tebael”, personagem aliás desconhecido (Is. 7.6). Isaías mostra em linguagem pitoresca a frustração do desígnio no capítulo 7. 

 

1. As condições internas do Reino de Judá (incluindo Benjamin).

 

Eram geralmente boas, e os seus anais não eram, na sua maior parte, abundantes em acontecimentos. Dum modo especial se diz de Asa que este rei, além das medidas empregadas para purificar da idolatria o seu país, não poupando a sua própria mãe, edificou e fortificou diversas cidades. De Josafá é relatado que ordenou a difusão do conhecimento da Lei por todo o reino e nomeou “ministros (como nos diríamos) de instrução pública”. Em II Crônicas 17, há um interessante quadro de uma comunidade pacífica e próspera sob a direção de um homem sábio e previdente. Além disso, Josafá, querendo seguir o exemplo de Salomão, procurou manter uma frota mescante no porto onde era então o posto de Ezion-Geber, mas este naufragou-se assim as suas esperanças. A respeito de Uzias diz a história sagrada que , durante o seu longo reinado, na última parte do qual esteve associado com ele seu filho Jotão, cultivou com bom êxito tanto as artes de paz como as de guerra. Ele amou a agricultura e mostrou a sua sagacidade comercial (II Cr. 26.14,15), defendeu e fortificou o porto de Elata, ao norte do braço oriental do Mar Vermelho, o qual desde os dias de Salomão tinha estado em poder de Edom, sendo cinqüenta anos mais tarde, quando reinava Acaz, novamente tomado pela Síria (II Rs. 16.6). 

 

2. Perigos externos: o Egito. A existência nacional de Judá foi mais uma vez ameaçada, mas pela proteção de Deus o pequeno reino, com a sua sede na elevada fortaleza de Jerusalém, pôde sustentar-se. O Egito foi a princípio o seu mais terrível inimigo, quando eram governados pelos ferozes e agressivos reis da 22ª dinastia chamada Bubastita. No reinado de Roboão, Sisaque saqueou o templo e ameaçou Judá, mas o jovem rei orgulhoso humilhando-se perante Jeová e “fortaleceu-se em Jerusalém”. 
 

3. Coligação contra Josafá.

 

Ao sudeste do seu reino teve Josafá no decurso do seu pacífico reinado, de combater uma coligação de Moabe. Amom e Edom. Os seus exércitos encontraram-se nos declives de En-Gedi onde os cânticos dos levitas, acompanhados a trombeta, harpa e saltério, aterrorrizaram de tal maneira as hostes pagãs que voltaram as suas armas uns contra os outros. Desse modo a cena do encontro tornou-se memorável recebendo aquele lugar o nome de Vale de Beraca, que significa, Vale da Bênção, ou como se pode ler em um dos profetas Vale de Josafá, mas este nome merece maior apreço para não confundir com o vale nas regiões de Cedrom, que tem o mesmo nome. A invasão e a vitória não são mencionadas nos livros dos Reis; capítulo 20 de II Crônicas, conta o fato com vívidos pormenores. 

4. Hostilidade de Israel.

 

Os inimigos porém, a quem Judá mais tinha de temer estavam mais próximos; suas relações com Efraim, como era designado o Reino do Norte, estavam continuamente tensas. Abias, o filho de Roboão teve de encontrar-se com o já idoso Jeroboão em uma batalha infligindo-lhe decisiva derrota (I Rs. 15.7; II Cr. 13.2-20). Uma luta mais séria e prolongada houve entre Asa e o rei israelita Baasa, com importantes conseqüências. Baasa estava levantando um baluarte em Ramá, na fronteira, a onze quilômetros de Jerusalém, em rivalidade com a grande fortaleza de Sião. A política contrária que Asa adotou era falsa e pecadora, embora os seus resultados imediatos fossem bons. Com o fim molestar Baasa, ele forneceu subsídios ao rei da Síria para atacar o reino de Israel pelo norte, sendo assim as forças israelitas obrigadas a afastar-se de Judá. “Hanani, o vidente”, compreendeu o grande erro que se tinha feito, sua forte e fiel censura está em II Cr. 16.7-9. O rei, furiosos encerrou o profeta numa prisão, mas “infelizmente” os acontecimentos confirmaram as palavras de Hanani.

 

      Um erro semelhante, embora à primeira vista mais desculpável, foi a aliança entre Josafá e Acabe pelo casamento de Jeorão, filho e sucessor de Josafá, com Atalia, filha de Acabe e Jezabel. Acazias ou Jeocaz (II Cr. 21.17), filho de Atalia, foi morto juntamente com Jorão, filho de Acabe em Jezreel, deixando um filho ainda infante como herdeiro do trono de Judá. Resultou desse fato a usurpação e tirania da avó do pequeno rei, como  a infeliz série de males que se seguiram. 

 

5. O resultado das alianças pagãs.

 

Acaz procurou, como já vimos, o auxílio de Tiglate-Pileser contra os reis de Israel e da Síria, mas embora ele se livrasse naquela ocasião do mal iminente, é certo que não recebeu dos assírios auxílio algum. O pagamento dum pequeno tributo foi a conseqüência imediata, e não tardou muito que outros maus resultados se seguissem. O caso não tardou muito que outros maus resultados se seguissem. O caso custou a Ezequias a maior parte do seu tesouro, e, a não se ter dado uma especial intervenção, custar-lhe-ia também o trono. Custou a Manassés a liberdade, (por meio da aliança com o egípcio Tiracá); e a Josias custou a vida, quando procurou resistir a Faraó-Neco, que marchava para o oriente de Carquêmis, Jeoacaz, filho de Josias, foi levado cativo para o Egito, Eliaquim ou Jeoiaquim, irmão e sucessor de Jeoacaz, que devia coroa a Neco, permaneceu pelo espaço de quatro anos, tributário do Egito. Mas com a derrota do rei egípcio em Carquêmis (Jr. 46.2), ficou Jeoiaquim súdito de Nabucodonosor, que por esta ocasião tinha sucedido a seu pai Nabopolassar. Quatro anos depois de ter sido subjugada a Judéia, revoltou-se Jeoiaquim contra o rei de Babilônia (II Rs. 24.1), que passado pouco tempo, o atacou e o prendeu, pretendendo levá-lo para Babilônia (II Cr. 36.6). Parece que escapou da prisão, tendo depois uma morte violenta. Sucedeu-lhe seu filho Jeconias (ou Joaquim), mas pouco tempo durou o seu reinado, pois foi deposto e conduzido para Babilônia (597), ficando em seu lugar, depois dum juramento solene de fidelidade o seu tio Zedequias, o terceiro filho de Josias. Tentado pelo Faraó-Hofra, e a despeito da admoestação de Jeremias, revoltou-se, vindo novamente Nabucodonosor (587) contra Jerusalém, que depois dum cerco de dezoito meses foi tomada, à meia noite (Jr. 1.3; Dn. 1.1; II Rs. 25.1-5).

 

A maior parte dos seus habitantes foram mortos, e a Zedequias lhe arrancaram os olhos e lhes assassinaram os filhos, indo depois carregado de cadeias para a Babilônia. Ao mesmo tempo, ou alguns meses depois, Nebuzaradão, general de Nabucodonozor, incendiou a cidade, destruiu o templo,  e levou consigo os vasos sagrados, que ainda havia ali, e a maior parte dos judeus, ficando apenas alguns pobres para cultivar a terra. Esta série gradativa de acontecimentos originou o Cativeiro de Babilônia.

 

      

 

 

É digno de nota que nenhuma tentativa se tenha feito para colonizar o país, procedendo-se contrariamente ao que aconteceu em Israel. É que aprouve a Deus conservar a terra de Judá desocupada, a fim de ser outra vez habitada pelos judeus, quando se completassem os dias do cativeiro (Jr. 25.11; 29.10).

 

 

Depois disto, comunidades judaicas, propriamente ditas, se estabeleceram em Babilônia, e também no Egito (Migdol, Talmes, Nofe e Patros (Jr. 44.1); mas a população da Judéia constava somente dum desolado e desorganizado remanescente, observando a terra abandonada e sos seus “sábados”, até que aqueles a quem Deus a tinha dado viessem tomar posse novamente de sua herança. · )

 

A PROFECIA DURANTE ESTE PERÍODO 

 

1. Renascimento do espírito profético. Foi durante o período de que nós estamos ocupando que o espírito de profecia se manifestou mais notável. Na verdade, o sucessão de mensageiros inspirados de Jeová nunca se tinha interrompido. Profetas como “homem de Deus” que protestou contra a idolatria de Jeroboão em Betel, ou como Hanani, que tão nobremente censurou Asa pela sua aliança com os pagãos da Síria, ou como Zacarias, cujo testemunho lhe custou a vida nos dias de Joás, ou como Elias e Eliseu, que no Reino do Norte, no tempo de Acabe e seus sucessores, se tornaram notáveis, cumpriram todos eles a sua missão, apelando para a consciência do povo e declarando qual era a vontade de Jeová; mas os primeiros livros proféticos datam do oitavo ou nono século A.C. Dos dezesseis profetas, cujos escritos estão contidos nas Escrituras, Jonas, Amós e Oséias pregaram aos israelitas antes da destruição de Samaria, como também em parte Isaías e Miquéias, embora estes últimos profetizassem para Judá principalmente. Depois do cativeiro das Dez Tribos, Jeremias profetizou em termos breves a respeito delas, como também Ezequiel. Na maior parte, entretanto, as profecias, são consagradas aos destinos de Judá, das nações pagãs e da Igreja. 

 

2. As profecias que dizem respeito as nações pagãs. Tornam-se mais numerosas quando estas parecem triunfar. As suas vitórias, e o seu orgulhoso espírito idólatra que elas alimentavam, foram uma dura provação para a fé dos verdadeiros crentes, parecendo abalar o crédito de sua religião (Sl. 79). Por isso a soberba dos conquistadores é exprobrada, e a fé da Igreja e de Judá confirmada por uma série de predições, que anunciam a destruição daquelas mesmas nações cujos feitos vitoriosos são anunciados. Vejam-se as profecias de Isaías a diversas nações; as de Naum à Assíria, as de Habacuque aos caldeus, as de Obadias a Edom, e as de Jeremias, Ezequiel e Daniel. 

 

3. Jeová é o Deus de todo o universo. A extensão gradual da revelação divina é altamente instrutiva. Jonas e Naum dirigem-se, nos seus  escritos proféticos, aos gentios somente. Os gentios são também o tema das profecias de Habacuque e de Obadias, ocupando-se também muito delas a maior parte dos outro profetas. Deus não é evidentemente o Senhor dum único lugar ou povo. Sua Providência governa o mundo, e todos os povos lhe estão sujeitos. É verdade que as nações pagãs figuram nas profecias das Escrituras, como também na História Bíblica por causa da sua relação com a nação escolhida, ou com a Igreja, mas a lição permanece. Todas as coisas estão compreendidas no Governo Divino, e está distintamente compreendido que todos por fim hão de tornar-se obedientes à Sua Lei. 

 

 

 

 

4. O objetivos das profecias é Cristo. Restam ainda as lições mais notáveis. É certo que quase todos os profetas apontam para o Evangelho e o Reino de Jesus Cristo, mas cada um deles se exprime numa linguagem apropriada e especial. Todos predizem um futuro glorioso, mas os termos em que fazem essa predição originam-se ora dum mal presente ora dum bem contemplado. Esse futuro, ou é o contrário da calamidade presente, ou a realização completa da bênção de que então gozam. Joel, por exemplo, prevê as invasões devassadoras sobre Judá, mas no fim a cena da devastação haviam de ver-se no Egito e em Edom, enquanto “Judá será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração” (Jl. 3.19,20). Amós prevê a destruição de Samaria e de Sião, mas para além dessas calamidades ele contempla uma cena diferente. “Naquele dia levantei o tabernáculo de Davi, que está caído... e o edificarei como nos dias da antiguidade” (Am. 9.11). Tal a natureza de todas as profecias até o fim do cativeiro. A restauração é literalmente o primeira tema, mas as predições que anunciam são feitas numa fraseologia especial, tendente a exprimir a glória dos últimos dias. 

 

5. Profetas de Israel:

      Jonas: História da sua missão a Nínive.

      Amós: Profecias relativas a diferentes nações e a Israel.

      Oséias: Avisa Israel, prediz a sua destruição e aponta para tempos mais distantes. 

6. Profetas de Judá:

      Joel: A desolação de Judá, derramamento do Espírito Santo, sentenças contra diferentes nações.

      Isaías: Avisos e predições, principalmente dirigidos a Judá; profecias contra muitas nações; sobressaem as profecias messiânicas.

      Miquéias: Profecias respeitantes a Israel e Judá, e sobre um futuro mais remoto; determina o lugar do nascimento do Messias.

      Naum: Depois da queda de Samaria anuncia a destruição de Nínive. 
 

 VI – PERÍODO INTERBÍBLICO

 

            Esse período é conhecido como os “400 anos de silêncio“, essa expressão é utilizada para descrever o tempo que ocorreu do Antigo para o Novo Testamento. Nesta época não se via nem se ouvia a manifestação de Deus através dos seus profetas. Foi um período onde houve muitos acontecimentos importantes, relacionados com povo Israelita. 

1 – O Período Persa

 

      Após a derrota do Império Babilônico pelos Persas, vários judeus tiveram permissão para voltar a Judá para a reconstrução dos Muros e do  Templo de Jerusalém, normalizando assim a vida diária dos judeus em sua terra natal.

      Por cerca de 100 anos após a época de Neemias, o Império Persa ainda exercia controle total sobre a Judéia. 

      O período foi razoavelmente tranqüilo, pois os judeus tinham permissão para optarem por suas instituições religiosas. Um fato muito importante e interessante é que a Judéia era dirigida por sacerdote, no entanto prestava-se contas ao Governo Persa. 

 

2 – O Período Grego

  

      Alexandre , o Grande foi  o mandatário desde período, dominando a Pérsia por volta do ano (333 a.C.), concedeu privilégios a Jerusalém, e fez grandes benefícios aos judeus. Após a sua morte o seu reino ficou sujeito aos seus generais. No governo de Ptolomeu I os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua lei ou seja o pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento), para o grego, sendo esse trabalho conhecido posteriormente como a Septuaginta, por ter sido feita por 72 judeus seis de cada tribo.

      Apesar de alguns destes monarcas terem ajudado os judeus, Antíoco IV Epífane querendo disseminar a cultura e o costume grego em seus domínios e odiando os judeus destitui o Sumo Sacerdote e profana o Templo do Senhor,  oferecendo ali um porco sobre o altar. 

 

3 – O Período macabeu 

      

Esse período foi de grande relevância para a história do povo judeu, Deus proveu um libertador na pessoa de Matatias por volta de 167 a.C, devido a revolta dos judeus causada pelas atitudes desrespeitosas de Antíoco.

       Matatias era sacerdote e pai de três filhos; Judas, Simão e Eliezar. Esses tiveram grande influência sobre o povo, incitando-os para defenderem os seus ideais. Judas em especial foi destaque na areia das guerras, foi responsável pela conquista de Jerusalém  e restabeleceu o culto a Jeová.

      Após o falecimento dos filhos de Matatias, entra em cena João Hircano, seu neto, filho de Simão. Foi nesta época também que surgiram várias facções dos judeus que permaneceram por séculos. 

     

 

 Facções Judaicas:

  • Os fariseus
  • Os Saduceus
  • Os Essênios
  • Os Zelotes

 

 

 

 

4 – Império Romano 

     

 Roma foi fundada em 753 a.C., na Itália. Esse governo teve a supremacia sobre todo os povos existente em seus dias.

      O seu primeiro imperador é Otávio, que era sobrinho de Júlio César, grande general, conquistador e muito autoritário. Júlio foi morto por seu filho adotivo Júnior Bruto em pleno Senado.

      O nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nasceu exatamente nesta época ou seja quando Otávio dominava o mundo, nas escrituras bíblicas ele aparece com o nome de César Augusto. César era o nome de família, Augusto foi lhe dado pelo Senado. Três línguas eram faladas no império: latim, grego e o aramaico. O latim era o idioma de Roma e suas tropas, o grego era a língua usada nos cultos e o a aramaico nas liturgias.

      Nesta época foram construídas várias estradas possibilitando um acesso mais rápido dos romanos entre suas cidades. Posteriormente essas mesmas estradas foram usadas pelos cristãos primitivos para pregarem o evangelho entre as nações.

 

      Os judeus iniciaram uma série de rebeliões, numa tentativa de livrar-se da opressão romana, cujo clímax foi a revolta de 66 d.C. Depois de quatro anos de luta intermitente, surge Tito no ano 70 d.C. com seu imenso exército e consegue destruir os muros de Jerusalém e o templo,  trazendo grande morticínio entre os judeus. Este confronto fez também com que acontecesse uma grande dispersão dos judeus pelo mundo. Esta dispersão é conhecida como a segunda Diáspora.

 

      

 

 

A última tentativa de resistência contra Roma, foi travada no cume da montanha-fortaleza de Massada.

      No ano 40 a.C., Herodes, o Grande, construiu um grande forte no alto da montanha Massada com a intenção de proteger-se contra algum motim dos judeus. Também construiu em Massada um enorme palácio residencial com luxuosos cômodos reais e fortificou todo seu empreendimento transformando-o em uma verdadeira fortaleza. Este forte possuía um muro de 6 metros de altura, 38 torres de 25 metros cada uma. Internamente existiam vários quartéis e um grande arsenal, sem contar as cisternas utilizadas para armazenar a água proveniente das chuvas.

 

      Aproximadamente 1.000 judeus – homens, mulheres e crianças – sobreviventes da destruição de Jerusalém, ocuparam e fortificaram o palácio do Rei Herodes, situado no alto do monte Massada, às margens do Mar Morto. Durante três anos, eles resistiram às repetidas tentativas romanas de desalojá-los. No ano 73 d. C.  quando os romanos finalmente escalaram o monte e irromperam na fortaleza, descobriram que os defensores e suas famílias haviam preferido suicidar-se coletivamente a serem escravizados novamente.

 
 
VII – SIONISMO 
 

      O que é Sionismo

      A palavra sionismo, veio do termo bíblico Sião (Jr. 3.14; Is. 8.18; 18.7, etc.), na bíblia não vamos encontrar a palavra Sionismo, ela foi usada pela primeira vez, pelo escritor judeu Nathan Birnbaun no ano 1890. Porém, o Sionismo tem uma grande base bíblica: “Assim diz o Senhor Deus: hei de ajuntá-los no meio dos povos, e os recolherei das terras para onde foram lançados, e lhes darei a terra de Israel” (Ez.11.17). “Vos levarei à Sião” (Jr. 3.14). “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria e terra coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (Is. 35.10). “E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus” (Am. 9.15). Então podemos ver que a palavra propriamente dita não está escrita na Bíblia, mas a idéia está totalmente explícita. Vemos também que o principal motivador do Sionismo é o próprio Deus. 

      

Sionismo é:

  • A volta prometida e desejada por Deus do povo judeu para a terra de seus antepassados, para Eretz Israel.
  • Amor e anseio por Sião, que se tornou em movimento nacionalista de libertação e retorno do povo judeu para sua Pátria.

 

      O primeiro congresso Sionista ocorreu em 29 a 31 de agosto do ano de 1897, em Basiléia na Suíça. Reuniram-se 197 representantes de 17 países com o propósito  de resolver a situação do povo judeu disperso por todo o mundo.

      Nesta ocasião estava o principal sonhador que almejava ver os seus irmãos em uma terra que outrora fora prometida a eles, estou falando de Teodor Herzl, jornalista e escritor judeu, que nutria uma esperança de reunir o seu povo dos quatro cantos do globo terrestre. Ao tomar a palavra em determinado discurso falo o seguinte: “Somos um povo. Todos os povos têm uma pátria. Precisamos de uma pátria nacional para o nosso povo. Por isso queremos lançar a pedra fundamental para a cada que um dia vai abrigar a nação judaica”.  O que Herzl queria dizer, era que, o Sionismo almejava a criação de um país, com todos os direitos que os outros tinham, ou seja com garantias públicas e legais.

 

 

 

 

 

      Cinqüenta anos mais tarde, o que era apenas um sonho, tornou-se realidade. Pois exatamente, em 29 de novembro de 1947, as Nações Unidas resolveram repartir a Palestina em um Estado Judeu e um Árabe.

 

      Depois de alguns meses, em 14 de maio de 1948, foi promulgado e proclamado em Tel Aviv o novo Estado de Israel. 
 

      Conflitos entre Israel e o Mundo Árabe 

 O Holocausto foi um fator primordial para a criação do Estado de Israel. Além das guerras usuais, o Estado de Israel vive um clima permanente de tensões diante dos atentados terroristas. Os atentados freqüentes contra elementos civis e militares levam a uma “militarização” de certos aspectos da vida israelense.

      Foi lido em alta voz os Pergaminhos da Independência por David Ben Gurion em 14 de maio de 1948, no museu de Tel Aviv. Entre outras coisas foi declarado um Estado Judeu na Palestina, o qual seria conhecido como o Estado de Israel.

 

      Com o desenrolar destes acontecimentos da aceitação da partilha da Palestina, proposto pela ONU, levaram árabes e judeus a se envolver em vários conflitos. 

      

 

 

 

 

 

Guerra da Independência (1948/49) 

 

      A guerra da Independência opôs os judeus aos exércitos de cinco países árabes – Egito, Síria, Líbano, Iraque e Transjordânia (atual Jordânia) e ao Exército de Libertação Árabe, formado por árabes da própria Palestina. Sua causa imediata esteve ligada à não aceitação por parte dos árabes do plano de partilha da Palestina proposto pela ONU e aprovado por grande parte da Comunidade Internacional reunida na Assembléia Geral das Nações Unidas.

      O rei Abdula, da Transjordânia, que tinha a esperança de poder anexar a “porção árabe” da Palestina dividida, atacou da direção Leste e o Egito da direção Sul.

      Para o norte, a Síria, o Líbano e o Iraque lançaram seus assaltos armados, com o propósito de expulsar os judeus de Tiberíades e de Haifa.

      Praticamente nos primeiros momentos do conflito, levaram vantagem em todas as frentes de combate.

 

      A situação foi mudando gradativamente e isto pode ser explicado por várias causas: a falta de coordenação entre os vários exércitos árabes; o espírito de luta e organização dos judeus, que lutavam por uma coisa em que estava em jogo um objetivo almejado há séculos; além de receberem grande quantidade de equipamentos pesado, não só da Checoslováquia, como também da França que  o forneceram principalmente para irritar os britânicos.

 

      Quando o conflito terminou em 1949, modificações importantes haviam ocorrido nas fronteiras da Palestina.

      O sonho de Sionismo havia se realizado, ao término desse conflito, ao mesmo tempo um drama começava para outro povo – os árabes que já moravam na Palestina e que, a partir daí, ficaram sem um território nacional. 

   

Guerra do Canal: A crise de Suez (1956) 

 

      Este conflito teve como causa principal a nacionalização do Canal de Suez por parte do Egito. A nacionalização foi realizada por Gamal Abdel Nasser, jovem oficial do exército egípcio. Este desenvolveu uma política de caráter nacionalista, na qual um dos seus objetivos era promover a união do mundo árabe, tendo como pano de fundo a causa comum pela destruição de Israel.

      Nasser tinha ordenado à sua marinha que bloqueasse o porto israelense de Eilat, em 1954, fechando a saída de Israel para o Mar Vermelho e também proibiu a passagem de toda embarcação israelense pelo canal, impedindo de forma eficaz todas as exportações para o hemisfério sul.

 

      Sentindo-se prejudicados pelas iniciativas egípcias, Israel, França e Grã-Bretanha empreenderam uma ação militar contra o Egito, alegrando a necessidade de se restabelecer a livre circulação de navios na área. Israel invadiu a Península do Sinai e ao mesmo tempo forças aeronavais franco-britânicas tomaram de assalto a zona do Canal de Suez.

      Embora Nasser tivesse perdido a guerra, (derrota militar) ficou como o grande herói do mundo árabe, por ter conseguido reter com sucesso o canal de Suez (vitória política).

      Esta crise teve como conseqüência a expansão do prestígio de Nasser e o aumento da separação de Israel com o mundo árabe.

 

Guerra dos Seis Dias (junho de 1967) 

      

Três anos após a fundação da OLP, o mundo árabe conduzido por Gamal Nasser, renovou sua jihad contra Israel. Isto criou uma onda de euforia no mundo árabe, que julgou ter chegado o momento de “jogar os judeus no mar”, terminando automaticamente com a existência de Israel. A resposta de Israel veio imediatamente quando as forças armadas israelenses atacaram de  surpresa o Egito, a Jordânia e a Síria. O inesperado e a eficiência da ação definiram o desfecho do conflito em apenas seis dias (5 a 10 de junho). 

      

 

 

Guerra do Yom Kippur (1973) 

      

Recuperados da derrota do Seis Dias, Egito e Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel durante o feriado religioso do Yom Kippur (Dia do Perdão), em 06 de outubro de 1973; o dia mais santo do calendário judaico, quando a maioria das pessoas, mesmo aquelas que basicamente não são religiosas, abstêm-se de comer qualquer coisa.

      Num primeiro momento, o ataque revelou-se vitorioso. A Síria ocupava as Colinas de Golan e o Egito entrava no Sinai. Pela primeira vez os judeus estavam próximos de uma derrota.

      Entretanto, o auxílio dos Estados Unidos, não tardou a chegar. A rapidez e a estratégia do exército israelense, abastecido pelos recursos norte-americanos, furaram a linha do exército egípcio e isolaram unidades militares na região do canal. E expulsava ao mesmo tempo os sírios das Colinas de Golan. Isto foi o ponto de virada e Israel suavemente se deslocou para uma vitória tendo os combates interrompidos em 25 de outubro de 1973. 

      

 

 

 

 

 

 

Invasão do Sul do Líbano (1982) 

 

Os sucessivos ataques guerrilheiros palestinos a partir da fronteira norte induzem o exército israelense a invadir o Líbano, em junho de 1982. Os israelense cercam Beirute, onde acusam estar instalado o quartel-general da OLP.

      Um acordo obtido por americanos, europeus  e árabes sauditas permite, porém, que a OLP deixe Beirute e transfiram suas bases para Túnis, na Tunísia.

    

Em 16 de setembro de 1982, milicianos cristãos libaneses, aliados de Israel, massacram milhares de palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, operação vingativa dos cristãos contra o atentado que matara, dois dias antes, Bechir Gemayel, o recém-eleito presidente libanês.

      

Em 1983, tropas israelenses retiram-se do sul do Líbano, palco de freqüentes ataques dos xiitas libaneses. Mas a retirada israelense só se completa em 1985, mantendo ainda controle de uma estreita faixa de território próxima à fronteira. 

  

   Intifada (1987) 

    

 Em 9 de dezembro de 1987, eclode a rebelião palestina nos territórios ocupados conhecida como Intifada (“sobressalto”, em árabe). A revolta popular alastra-se até o setor árabe de Jerusalém. Israel reprime com brutalidade, sofrendo severa condenação do Conselho de Segurança da ONU. A opinião pública começa a se tornar favorável à OLP.

    

  Divergência quanto à colonização dos territórios ocupados provocam o rompimento da coligação Likud-trabalhistas. Shamir forma um novo governo conservador, em aliança com pequenos partidos religiosos, no início de 1990. Os E.U.A. pressionam Israel para suspender a instalação de colônias judaicas na Cisjordânia e negociar com os palestinos.

     

Em janeiro de 1991, durante a Guerra do Golfo (1990/91), Israel é bombardeado com mísseis Scud, lançados pelo Iraque. O objetivo do dirigente iraquiano Saddam Hussein era o de forçar a entrada de Israel no conflito, o que colocaria em risco a aliança entre os E.U.A. e os regimes árabes conservadores, hostis a Israel.

     

 As pressões dos E.U.A. por um acordo de paz entre Israel e seus vizinhos árabes intensificam-se após a Guerra do Golfo.

      Em outubro de 1991, realiza-se uma conferência “simbólica” árabe-israelense em Madri, na Espanha.

     

O impasse começa a ser rompido com a vitória, nas eleições de junho de 1992, dos trabalhistas liderados por Rabin, que defende negociações com os palestinos com base no princípio de “terra em troca de paz”. Em setembro de 1993, após meses de negociações secretas na Noruega, o governo israelense e a OLP assinam um acordo de paz, em Washington. O acordo prevê a instalação de um regime de autonomia limitada para os palestinos e ainda determinava a retirada das tropas israelenses dos territórios, em que o policiamento passa a ser feito por uma força palestina.

      

Em 1994, Israel e a OLP levam adiante as negociações sobre a autonomia na Cisjordânia. Mesmo assim o cenário de distensão no Oriente Médio é reforçado com a assinatura de um acordo de paz entre Israel e Jordânia em 26 de outubro de 1994.

      Por causa de terrorismo contra os judeus, o governo fecha a fronteira, impedindo milhares de palestinos de trabalhar no país. Em março, Israel e a OLP retomam as  negociações.

      Finalmente, em 24 de setembro, Israel e OLP firmam o acordo de autonomia à Palestina inteira, após Israel ter assegurado a sua presença militar em caráter provisório, em Hebron, para proteger os colonos judeus.

      

Os avanços no calendário da paz acirram as divisões na sociedade israelense. Para reforçar sua posição política, Rabin lidera uma grande manifestação de paz, em Tel-aviv, em 4 de novembro de 1995. Na saída do comício, é assassinado por um extremista judeu, Yigal Amir, de 25 anos, que é condenado à prisão perpétua, em março de 1996.

     

 

 Netanyahu vence as eleições diretas para Primeiro-Ministro, uma novidade de pleito de 1996, que tem como lema: “Segurança e paz”.

     Sentindo-se acuados desde a posse de Netanyahu, que se recusa a encontrar-se com Arafat, os palestinos retomam os piores dias da Intifada em plena Jerusalém, em setembro. 
 

Processo de paz entre Israelenses e Árabes 
 

        Israel e os paises árabes que os rodeiam sempre estão tentando  fazer um acordo de paz, os tais acordos sempre são intermediados por outros países. 

1 – Os acordos de Oslo  

       No ano 1993, o primeiro ministro de Israel  Itzhak  Rabin e o líder Palestino Yasser Arafat,

 

Entram em acordo de paz nos EUA, graças a muita negociação na cidade de Oslo capital da Noruega . Neste acordo Israel entregaria parte da Faixa de Gaza  e da Cisjordânia, os palestinos assumiriam as responsabilidades cívicas e internas, e Israel com a segurança  e negócios externos. Porém facções terroristas não aceitaram tal processo e se opuseram aos acordos , deixando ambas as parte em dificuldades para cumprir o que estava escrito.

        

Novamente em 1995, outra negociação é proposta, nesta a Cisjordânia é dividida em zonas: A, B, C; onde a  zona A seria controlada totalmente pelos palestinos, a B, governo misto e a C governo total dos israelenses, esse acordo é denominado Oslo II. Em meio as negociações o Primeiro-Ministro de Israel Itzhak Rabin, sofre um atentado por um extremista judeu e é morto, apesar da grande perda é cumprido o acordo, quando assume o novo Primeiro-Ministro, Shimon Peres. 

 

2 – Wye Plantation 

        Após as eleições de 1996, que dera o cargo  de Primeiro-Ministro ao conservador Benyamin Netanyahu, tenta-se fazer outro tratado de paz em Wye Plantation nos EUA, onde Israel desocuparia outras regiões da Cisjordânia, em troca, as autoridades palestinas anulariam nacionalmente a hipótese de destruição de Israel. No entanto o atual Primeiro-Ministro de Israel não cumpriu as regras determinadas. 

 

3 – Acordo no Egito 

       

Com a queda de Netanyahu, surge no cenário das negociações o trabalhista Ehud Barak, que inicia um novo processo de cessar fogo e é uma peça muito importante na política israelense. É cumprida por ele a desocupação que fora prometida no acordo de Wye Plantation, fruto de um tratado feito em Sharm el’ sheikh, no Egito. Após essa reunião outra vez os líderes Barak e Arafat voltam a se encontrarem nos EUA, em Camp David para tratarem de assuntos de extrema importância, como água e o retorno de milhões de palestinos dispersos em outros países, cuja volta aumentaria sobremaneira a população da palestina. 

 

4 – A organização para Libertação da palestina (OLP)

   

         A OLP, surgiu em 1964 com a intenção de ter uma resistência melhor e maior contra Israel, hoje presidida por Yasser Arafat, que através dele de torna um órgão reconhecido pela ONU. Segundo estudos a OLP é uma organização muito rica tendo uma receita anual de 3 bilhões de dólares. Essa receita  é obtida de várias fontes, tais como: petróleo, impostos e doações e contribuições de palestinos dos territórios ocupados e também de ajudas de outros países. Esse dinheiro é usado para a manutenção da OLP, sendo utilizado para compras de armamento, treinamento de policiais e nas obras sociais, principalmente as famílias que são prejudicadas em confronto. Essa organização fortaleceu e muito o poder defensivo e ofensivo dos palestinos em relação a Israel, por outro lado Israel é ajudado pelas maiores potências mundiais, deixando a OLP  em maus lençóis.   

Israel atualmente

 

      As provocações entre árabes e Israelenses não pararam apesar de muita coisa ser prometida na última conversa que tiveram. A impaciência de Arafat se transforma em desculpas para novas ondas de ataque.

       Em meio a esses acontecimentos, o Líder do Likud (partido conservador) em clara provocação aos palestinos, faz uma visita a esplanada das mesquitas, em 28 de setembro, e afirma que tais locais pertencem às autoridades Israelenses. É a “gota d’água“ que os palestinos precisavam para começarem uma guerra. Os ataques se intensificaram deixando muitos mortos de ambos às partes, e cada dia que se passa a onda de violência fica cada vez maior.

      A causa principal da desunião entre árabes e israelenses, é a cidade de Jerusalém. Porém uma das coisas que Israel não abre mão  é a cidade de Jerusalém, que é requisitada a sua parte oriental pelos palestinos, a fim de fazerem a capital do seu sonhado estado .

      Jerusalém além de ser o ponto principal das discórdias entre os dois povos, é também cidade sagrada para Cristãos, Islâmicos e Judeus, que não admitem de forma nenhuma dar sequer um palmo do seu território para o outro povo. Essa sede por Jerusalém vem de muito longe, através dos tempos é assediada e desejada por conquistadores, e já serviu de palco para inúmeras batalhas sangrentas.

      A sua história começou  aproximadamente no 500a.C., época que os cananeus ocuparam o seu vale sagrado. No ano 1003 o rei Davi fez de Jerusalém a capital de seu reino e o centro religioso do povo judeu. Cerca de 40 anos mais tarde, seu filho Salomão construiu o Templo e transformou a cidade em próspera capital de um império que se estendia do Eufrates até o Egito. Depois destes acontecimentos a cidade de Jerusalém foi conquistada por babilônios, persas, romanos e árabes. Em 1516, foi sitiada pelos turcos otomanos, que ficaram em seu poder por longos 400 anos. Os britânicos também se apossaram da cidade no ano 1917, que ficou sob sua custódia até a criação do Estado de Israel.

      Em  1949 Jerusalém foi submetida a uma divisão em função de um acordo de paz entre árabes e israelenses, anos mais tarde na conhecida Guerra dos Seis Dias Israel reconquista a parte que outrora foi entregue aos árabes, a parti daí Jerusalém vive uma realidade nova, mais uma vez os judeus podem visitar seus lugares sagrados, e ganhou um grande desenvolvimento urbanístico, histórico, cultural, artístico e, sobretudo religioso.

     

 Em julho de 1980, o Knesset, órgão legislativo, promulgou uma lei fazendo de Jerusalém a capital unificada e eterna de Israel, e aprovou a  “lei básica de Jerusalém” que reafirma os direitos e deveres de Israel em relação a sua capital.

 

Apesar deste pronunciamento os palestinos ainda continuam em luta acirrada por Jerusalém onde estar localizada a mesquita de Omar ou Domo da Rocha, construída ao lado da pedra sagrada onde Maomé “supostamente subiu aos céus”.

 

 

E foi exatamente por causa da esnobação de Ariel Sharom a uma das mesquitas, que foi reativada ferozmente os antigos conflitos entre os dois povos.  E até o dia 6 de junho de 2001 o número de mortos são 230, em bombardeios, linchamentos etc. 

 

CONCLUSÃO

 

      Hoje a nação de Israel é respeitada por uma grande porcentagem de autoridades internacionais, que reconhecem que era preciso e mister que o Estado judeu fosse implantado na Palestina. Apesar do mundo árabe não concordar com determinadas regras existentes desde a sua fundação, que culminou em vários conflitos que até hoje dura, Israel traz na memória longos séculos de tratamento cruel, a destruidora experiência do Holocausto e os grandes períodos de conflito árabe-israelenses. 

 

 Porém a política externa  de Israel tem a intenção de promover a paz, garantir a segurança do país e ter um intercâmbio entre todas as nações.

Atualmente Israel conta com bem mais de cinco milhões de habitantes, de diferentes religiões, culturas e tradições sociais.

      

Segundo estimativas recentes a população judaica mundial é de 13 milhões de pessoas, 36% das quais vivem em Israel, 50% nas Américas do Norte e do Sul, 15% na Europa e os demais em outros países, principalmente África do sul e Austrália.

 

Os judeus espalhados por todo o mundo reconhecem a importância de Israel em suas vidas, e são participantes da construção do Estado por meio de contribuições financeiras, apoio social e governamental e em diversos casos indo viver em Israel enriquecendo seus antecedentes culturais e seus conhecimentos.

 

Notas Bibliográficas

 
 Bíblia Anotada

      São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991

 

Bíblia de Estudo Pentecostal

      EUA: Life Publishers, 1995

 

Almanaque Abril – Ano 2001.

      São Paulo: Editora Abril

 

Centro de Informações de Israel. Realidades de Israel. Trad. Judite Orensztajn

      Jerusalém, Israel, 1999

 

HOFF, Paul. O Pentateuco. Trad. Luiz Aparecido Caruso. 6° ed.

      Belo Horizonte: Editora Vida, 1995

QUEIRÓZ, José Carlos. Relampejos da Cultura Judaica. 2° Ed.

      s.l., s.e., s.d.

SILVA, Antonio Gilberto da. A Bíblia através dos Séculos. 4° ed.

      Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléia de Deus, 1995.

SOUZA, Elyseu Queiroz de. Israel por dentro.

      Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléia de Deus , 1987 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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